Durante a entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira (28), o prefeito Gustavo Fruet levantou a suspeita de locaute na greve dos ônibus em Curitiba e Região Metropolitana. Locaute é o nome usado quando a greve é comandada pelas empresas. Fruet disse que o atraso de cinco dias no vale dos trabalhadores não seriam motivo para uma greve geral, como a que aconteceu em Curitiba nesta semana. A capital e outras cidades da Região Metropolitana ficaram dois dias sem nenhum ônibus circulando nas ruas.

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Apesar de já terem surgido rumores de locaute em outras greves do transporte em Curitiba, esta foi a primeira vez que um prefeito disse abertamente acreditar que isso pode realmente ter acontecido.

Segundo ele, os R$ 5 milhões que a Comec repassou para as empresas, como parte do pagamento da dívida de quase R$ 16 milhões, é um valor expressivo, mas que não poderia prejudicar tanto um sistema que movimenta quase R$ 1 bilhão por ano. “É claro que R$ 5 milhões fazem falta. Mas se isso impediu que as empresas fizessem o pagamento, pode ter sido mais uma falta de provisionamento, problema de gestão. Ou existe a possibilidade de um locaute”, disse.

O prefeito afirmou ainda que a paralisação “pode ter sido um instrumento de pressão política para conseguir um aumento da tarifa técnica além do que seria necessário”. Os empresários do transporte metropolitano defendem que a tarifa técnica seja reajustada para R$ 3,74 em fevereiro.

Resposta:

As empresas de ônibus enviaram comunicado refutando “com total veemência que tenha havido locaute por parte de suas filiadas” durante a greve. O Setransp afirma que “orientou todas as concessionárias para cumprir rigorosamente o que determinou o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), colocando 100% da frota à disposição” e que possui “farta documentação que comprova o empenho e o compromisso das empresas de prestar o serviço à população”.