Kids pretos: quem são os militares suspeitos de tramar morte de Lula e Alckmin
O apelido informal surgiu devido o uso de um gorro preto usado como parte do uniforme; os militares são considerados parte de grupo de elite altamente treinado para operações de risco extremo e de sigilo
Quatro militares presos nesta terça-feira (19) na Operação Contragolpe, que investiga um grupo suspeito de planejar a morte do presidente Lula e de Geraldo Alckmin, foram identificados como “Kids pretos”, nome dado a integrantes das Forças Especiais do Exército Brasileiro. Um policial federal também foi preso suspeito de participar da organização.
Kids pretos é considerado um grupo de elite altamente treinado para operações de risco extremo e de sigilo. Os integrantes podem ser militares da ativa ou da reserva do Exército, mas desde que tenham formação em Forças Especiais (FE).
O apelido informal surgiu devido o uso de um gorro preto usado como parte do uniforme. Desde 1957, o grupo é conhecido por atuar em operações de contraterrorismo, contraguerrilha e sabotagem.
Nesta terça (19), os militares foram presos no Rio de Janeiro, onde participavam da missão de segurança da reunião de líderes do G20.
Entenda a suposta operação do grupo Kids pretos
Conforme as informações do site da PF, as investigações apontam que a suspeitos se utilizaram de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas nos meses de novembro e dezembro de 2022.
Entre essas ações, segundo a PF, foi identificada a existência de um detalhado planejamento operacional, denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que seria executado no dia 15 de dezembro de 2022, voltado ao homicídio dos candidatos à Presidência e Vice-Presidência da República eleitos. Além disso, ainda estava nos planos a prisão e execução de um ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que vinha sendo monitorado continuamente, caso o Golpe de Estado fosse consumado.
A PF destacou que o planejamento elaborado pelos investigados detalhava os recursos humanos e bélicos necessários para o desencadeamento das ações, com uso de técnicas operacionais militares avançadas, além de posterior instituição de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”, a ser integrado pelos próprios investigados para o gerenciamento de conflitos institucionais originados em decorrência das ações.
Plano para matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes: PF cumpre mandados
Ainda nesta terça-feira (19), policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.
Conforme a PF, o Exército Brasileiro acompanhou o cumprimento dos mandados, que estão sendo efetivados no Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas e Distrito Federal.
Os fatos investigados nesta fase da investigação configuram, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, Golpe de Estado e organização criminosa.
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