Lula diz que relatório sobre urnas foi deplorável e humilhante para Forças Armadas
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (10) que a apresentação de um relatório sobre as urnas eletrônicas pelas Forças Armadas foi um episódio “humilhante” e “deplorável” para os militares e afirmou que o presidente Jair Bolsonaro deve um pedido de desculpas à sociedade e às próprias forças.
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“Ontem aconteceu uma coisa humilhante, deplorável para nossas Forças Armadas. Um presidente da República, que é o chefe supremo das Forças Armadas, não tinha o direito de envolver as Forças Armadas a fazer uma comissão para investigar urnas eletrônicas, coisa que é da sociedade civil, dos partidos políticos e do Congresso Nacional, e o resultado foi humilhante”, disse Lula em discurso durante reunião com parlamentares em Brasília.
“Ele tem obrigação de vir à televisão e pedir desculpas à sociedade brasileira e pedir desculpas às Forças Armadas por ter usado as Forças Armadas, que são uma instituição séria, que são uma garantia para o povo brasileiro contra possíveis inimigos externos, fossem humilhadas apresentando um relatório que não diz nada, nada, absolutamente nada daquilo que durante tanto tempo ele acusou”, acrescentou.
As Forças Armadas fizeram parte de uma comissão de acompanhamento e fiscalização das eleições após um convite feito no ano passado pelo então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, e passaram a fazer eco aos questionamentos sem provas que Bolsonaro faz com frequência a respeito das urnas eletrônicas.
Na quarta, o Ministério da Defesa entregou ao TSE um relatório que aponta que não houve fraude nas eleições, mas apontou vulnerabilidades hipotéticas no sistema de votação e pediu que sejam avaliadas com urgência por meio da criação de uma comissão.
O TSE, que nos últimos meses mediu forças com os militares a respeito da segurança das urnas eletrônicas, emitiu nota oficial logo após a divulgação em que disse ter recebido com satisfação o documento que “não apontou a existência de nenhuma fraude ou inconsistência nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral”, e disse que as sugestões encaminhadas para aperfeiçoamento serão “oportunamente analisadas”.
Por Lisandra Paraguassu / Reuters / Brasília