Lula diz que meta fiscal não é obrigatória se tiver “coisas mais importantes"

De acordo com o presidente Lula, o crescimento do país é mais importante do que cumprir a meta fiscal estabelecida

por Reuters
com supervisão de Scheila Pessoa
Publicado em 16 jul 2024, às 20h55.

Nesta terça-feira (16), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal caso tenha “coisas mais importantes para fazer”. Além disso, o petista ressaltou que ainda precisa ser convencido sobre eventual necessidade de cortar despesas para respeitar o arcabouço que rege as contas públicas.

Lula diz que meta fiscal não é obrigatória se tiver “coisas mais importantes"
O presidente Lula diz ter divergências sobre a importância da meta fiscal (Foto: Divulgação/REUTERS/Ueslei Marcelino)

Durante uma entrevista à TV Record, Lula afirmou que não haveria problema caso o déficit fiscal ficasse em 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). De acordo com o presidente, o importante é o país estar crescendo. “Você sabe que eu tenho uma divergência histórica, uma divergência de conceito com o pessoal do mercado, nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, explicou.  “Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer.” 

Entretanto, Lula afirmou que fará o que for necessário para respeitar o arcabouço que determina a meta fiscal. Ele argumentou ter mais seriedade em relação ao tema “do que quem dá palpite nessa questão fiscal no Brasil“. “Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores”, afirmou. “Responsabilidade fiscal eu não aprendi na faculdade, eu trago do berço”.

Meta fiscal estabelecida é de déficit zero

A princípio, a meta estabelecida para 2024 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou para menos. Contudo, a equipe econômica divulgará o relatório bimestral de avaliação fiscal de julho na próxima segunda-feira (22). No último relatório, de maio, o governo projetou que fecharia 2024 com déficit primário de 14,5 bilhões de reais, ainda dentro da margem de tolerância para a meta do ano.

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