Lula pode receber Macron e chanceler alemão já em janeiro
O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva poderá receber, já em janeiro, as primeiras visitas oficiais de chefe de Estado, do presidente da França, Emmanuel Macron, e do chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, disseram à Reuters duas fontes que acompanham as negociações.
Ainda não há datas determinadas para as visitas, que estão em negociação entre as equipes diplomáticas de Lula e da França e da Alemanha e só devem ser fechadas depois da posse de Lula, no próximo domingo.
Nem Macron nem Scholz vem à posse –a Alemanha será representada pelo presidente Frank-Walter Steinmeier e a França, por um enviado especial ainda não divulgado–, mas ambos receberam Lula na Europa, com tratamento de chefe de Estado, antes mesmo do petista ser oficialmente candidato à Presidência.
A visita nas primeiras semanas do novo governo é um sinal da retomada das relações exteriores que Lula vem pregando desde a campanha, justamente com dois governos, França e Alemanha, com quem o governo de Jair Bolsonaro teve atritos constantes, especialmemte por causa da pauta ambiental.
Questionada sobre a possível visita, a chancelaria alemã disse não ter informações sobre os planos de Scholz a respeito. A chancelaria geralmente anuncia os planos de viagem de Scholz às sextas-feiras para a semana seguinte.
O Elysee se recusou a comentar.
De acordo com as fontes ouvidas pela Reuters, ainda no primeiro trimestre do ano Lula deve também retomar as viagens internacionais, fazendo o circuito Argentina, Estados Unidos e China que tinha planejado para antes da posse.
Até o momento, Argentina é a única com data prevista, entre os dias 23 e 25 de janeiro. Lula deve participar da Cúpula Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e emendar em uma visita bilateral ao presidente do país, Alberto Fernandez.
A viagem aos Estados Unidos deve ser nos últimos dias de janeiro ou já no início de fevereiro, enquanto a visita a China possivelmente ocorrerá em março, disseram as fontes à Reuters.
Ao ser eleito, Lula já adiantava que pretendia retomar em breve as viagens ao exterior, e convites chegaram a ser feito para visitas a Buenos Aires e capitais europeias, mas a necessidade de solucionar não apenas sua equipe, mas o orçamento para seu primeiro ano de governo, impediram os planos além de sua presença na COP 27, no Egito, logo depois das eleições.
A posse de Lula, no próximo domingo, dá uma dimensão do interesse internacional no terceiro mandato de um presidente que fez das relações internacionais um dos pontos centrais de seus governos anteriores.
Até agora, 19 chefes de Estado confirmaram presença –o maior número até hoje, superando até a primeira posse de Lula, em 2003. Também confirmaram outros 10 vice-presidentes ou vice-primeiro-ministros, além de chefes de Poderes de seis países e representantes de alto nível de 27 países, incluindo a secretária do Interior dos EUA, Deb Haaland, que virá representando o presidente Joe Biden.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu. Reportagem adicional de Maria Sheahan em Berlim e Geert De Clerq em Paris. Edição de Flávia Marreiro)