Marina Silva assume como ministra do meio ambiente
Marina Silva assumuniu nesta quarta-feira (4) o cargo de ministra do Meio Ambiente após ter deixado o cargo há 14 anos. Marina foi ministra durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A cerimônia de posse aconteceu no Palácio do Planalto, em Brasília.
“Eu quero começar agradecendo, em primeiro lugar, a Deus, em segundo lugar, ao povo brasileiro, que elegeu o presidente Lula pela terceira vez. Num momento mais difícil, o povo brasileiro teve a sabedoria de estancar a barbárie e não cair num precipício”, disse Marina, ao iniciar o seu discurso.
Marina fez homenagens em seu discurso a líderes que morreram na defesa do meio ambiente, como Chico Mendes, Irmã Dorothy, Bruno Pereira e Dom Philips. “Quero homenageá-los. Infelizmente, são símbolos tristes deste período recente”, disse.
A ministra criticou duramente o que ocorreu no meio ambiente durante a gestão Bolsonaro. “O que vivemos nestes quatro anos que passaram foram um completo desrespeito”, afirmou. “Boiadas se passaram no lugar onde apenas deveriam se passar políticas de proteção ambiental.”
Uma das últimas ministras a serem nomeadas por Lula, Marina conseguiu convencer o presidente a adotar, praticamente, todas as propostas de sua agenda para reestruturar o MMA e que havia planejado, antes mesmo, de fazer parte da equipe de transição. Foi no momento em que Marina esteve com Lula, ainda durante a campanha eleitoral, que a agora ministra colocou sobre a mesa de negociação as suas condições para que apoiasse a candidatura do petista.
Um dos principais pontos desta negociação foi a criação de uma Autoridade Nacional de Segurança Climática, uma nova autarquia que passaria a ficar debaixo do MMA, com o papel de executar um trabalho técnico e transversal de fiscalização climática, envolvendo todos os ministérios, para perseguir as metas de redução de emissões assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris.
Lula topou as condições colocadas por Marina e a deputada federal eleita pelo Rede, em São Paulo, embarcou na campanha.
Até oficializar a sua nomeação como ministra, Lula chegou a cogitar a ideia de que a Autoridade Climática ficasse fora do ministério e que fosse uma secretaria especial vinculada à Presidência da República. Marina, no entanto, explicou que se tratava de um órgão técnico, e não político. Logo, não teria sentido colocá-lo fora do MMA. Convenceu.
Marina disse que o governo já tratou de recriar a secretaria de segurança climática que havia no MMA, mas que, até março, será formalizada a criação da Autoridade Nacional de Segurança Climática. “O Brasil tem um enorme desafio para honrar os compromissos assumidos no Acordo de Paris. Para lidar com esse desafio, é essencial que toda a governança do clima deva evoluir “
Por André Borges