Médicos dizem que estão "indo para morte" ao trabalhar sem condições

Fala, Marc!

por Marc Sousa
Publicado em 20 mar 2020, às 00h00. Atualizado em: 5 jun 2020 às 16h29.

O Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar) está denunciando falta de condições de trabalho da categoria. Uma nota divulgada pela entidade diz que “colocar profissionais de saúde para atender COVID-19 sem EPIs é mandá-los para a morte”. De acordo com o Simepar, vários médicos das UPAs de Curitiba e Região Metropolitana estariam reclamando da falta ou inadequadão dos EPIs que estão recebendo. Essa coluna teve acesso a uma foto que mostra as condições das máscaras que estão sendo distribuídas.

Uma das máscaras distribuídas para uso pela prefeitura de Curitiba. Foto: Simepar

 

O sindicato também reclama que estão sendo distribuídas máscaras do tipo cirúrgicas, que não promovem a proteção necessária. “Os profissionais de saúde não estão recebendo óculos de proteção e apenas o jaleco branco os deixa totalmente desprotegidos – expondo também suas famílias à contaminação pelo coronavírus”, diz a entidade.

 

Controle de distribuição mostra que máscaras inadequadas estão sendo distribuídas aos médicos

 

Ainda segundo o sindicato, a situação em Curitiba e região pode acabar se tornando uma repetição do que já aconteceu em Portugal, onde 20% dos infectados pelo novo coronavírus são são médicos, com mortalidade elevada. “Não aceitaremos que esta estatística desastrosa se repita,”

 

Os médicos já procuraram as autoridades de saúde, mas até agora não tiveram retorno. Hoje, recorreram ao Ministério Público do Trabalho para tentar uma solução. Os advogados Luiz Gustavo de Andrade e Luiz Fernando Zorning Filho acompanham o caso em nome dos profissionais da saúde.

 

Vagas em UTI’s e respiradores

 

A secretária geral Sindicato, Claudia Paola Aguilar, conta que a entidade solicitou para para a Secretaria Estadual de Saúde um levantamento do numero de leitos em terapia intensiva reservados para a a crise no Paraná, mas ainda não houve resposta. A médica ainda reclama da falta de dados de respiradores, já que em situação de emergência podem ser improvisados leitos fora das UTI’s com esses equipamentos. “Precisamos saber quantos respiradores tem no Estado.”, reforça.