Observador brasileiro vê "clima tranquilo" em votação nos Estados Unidos
Luiz Gustavo de Andrade é especialista em direito eleitoral no UniCuritiba e está nos EUA como observador das eleições
Até às 19h (horário de Brasília) desta terça-feira (5), será realizada a votação para definir o próximo presidente dos Estados Unidos. Luiz Gustavo de Andrade é especialista em direito eleitoral no UniCuritiba e está nos EUA como observador das eleições.
Andrade apontou que desde o início da votação nos EUA o clima entre eleitores de Donald Trump e Kamala Harris tem sido “tranquilo”.
“Em relação à organização dos locais de votação e a presença do eleitor, o clima tem sido tranquilo. Ontem (04/11) estivemos na embaixada brasileira e nos foi transmitida uma ideia de respeito e equilíbrio na relação bilateral entre os países, sem preocupações com essa relação, independentemente de quem venha a vencer”, explicou o observador.
Mas Andrade pontua que a depender do resultado apontado pelas apurações, há chances de protestos por partes dos eleitores do ex-presidente Trump.
“Pesquisa realizada pela Associated Press – uma agência de notícias independente – aponta que 70% dos eleitores acreditam que se Trump perder, ele não aceitará o resultado da eleição. De fato, essa pesquisa reflete o clima que temos percebido aqui nos EUA em conversas com eleitores”, complementou.
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Como é a votação nas Eleições dos EUA?
As Eleições nos Estados Unidos adotam o modelo de Colégio Eleitoral. Dessa forma, cada estado conta com representantes que decidem como os votos daquele local serão encaminhados.
As únicas exceções são os estados de Nebraska e Maine, que distribuem o número de delegados votantes de acordo com o percentual de votos recebidos pelos candidatos.
A votação nos Estados Unidos é feita de forma impressa. Dessa forma a contabilização é feita de forma manual após o encerramento do pleito. Por isso, a definição do próximo presidente do país pode levar semanas, a depender do equilíbrio da disputa.
“O modelo é cultural. O voto no papel está na cultura do americano, apesar de alguns estados – em razão de sua autonomia – adotarem sistemas tecnológicos de votação e apuração eletrônicas. Particularmente, vemos mais segurança no modelo brasileiro, em que pese não haja qualquer indício de fraude ou vício na eleição daqui”, analisa Andrade.
Diferente do Brasil, em que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é responsável por divulgar os dados à população, nos Estados Unidos cabe à imprensa realizar essa apuração de boca de urna e apontar os resultados ao público.
Atualmente duas associações fazem essa apuração de boca de urna:
- National Election Pool (NEP);
- AP VoteCast, ligada à Associated Press.
Após essa apuração, o Colégio Eleitoral dos Estados Unidos se reúne em dezembro para realizar a votação oficial com os representantes dos estados. Já em janeiro de 2025, o Congresso Nacional norte-americano diplomará o próximo presidente do país.
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