7 deputados paranaenses defendem fim da escala 6x1; saiba o que dizem os contrários

A bancada do PT foi a única a assinar integralmente o projeto da deputada Erika Hilton (PSOL-RJ)

Panorama Político

por Brayan Valêncio
Publicado em 18 nov 2024, às 17h04. Atualizado às 18h39.

O projeto que proíbe a escala de trabalho em regime 6×1, que é quando o trabalhador tem apenas uma folga durante a semana, atingiu o limite mínimo para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. E entre os paranaenses, apenas os deputados ligados ao Governo Federal assinaram a proposta de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-RJ).

Maioria da bancada paranaense é contra o fim da escala 6x1. (Foto/ Divulgação Câmara dos Deputados)
Maioria da bancada paranaense é contra o fim da escala 6×1. (Foto/ Divulgação Câmara dos Deputados)

O documento foi assinado por toda a bancada petista do Paraná e ainda contou com a adesão do deputado Luciano Ducci (PSB). Ao todo, foram 6 paranaenses que constam no documento, mas, além deles, o deputado Aliel Machado (PV) afirmou que não pode apoiar a medida por estar de licença médica, mas defendeu ser favorável ao texto.

“Ainda estou em recuperação por conta de uma queda grave que sofri na última semana e que me afastou completamente das minhas atividades, por ordem médica. Revelo meu apoio e assinatura à proposta de PEC da escala 6×1. Estamos juntos nessa luta”, escreveu Aliel Machado em uma rede social.

Com a declaração pública do deputado de Ponta Grossa, os paranaenses favoráveis ao fim da escala 6×1 são:

  • Aliel Machado (PV)
  • Carol Dartora (PT)
  • Gleisi Hoffmann (PT)
  • Luciano Ducci (PSB)
  • Tadeu Veneri (PT)
  • Welter (PT)
  • Zeca Dirceu (PT)

A coluna procurou os outros 23 deputados que não assinaram o documento. Confira o que pensa cada um dos paranaenses sobre esse tema:

Beto Richa

“O PSDB vai discutir uma posição conjunta. É preciso modernizar as relações trabalhistas, mas sem tumultos. O partido não aprovará nenhuma medida que traga insegurança a trabalhadores e empresários ou ameace direitos adquiridos.”

Luísa Canziani

“Acredito que o fim da escala 6×1 deva ser discutida mais amplamente e com o envolvimento de todos: trabalhadores, setor produtivo e sociedade civil organizada. Entendo que o mercado de trabalho está em constante evolução e precisamos garantir qualidade de vida a todos, mas temos que avaliar também os impactos que essa mudança na jornada de trabalho provocará na economia uma vez que vai atingir importantes setores como indústria, comércio, supermercados, restaurantes, hotéis e a prestação de serviços, que são os que mais utilizam essa escala. Portanto, acredito que a redução da jornada de trabalho pode inviabilizar os micros e pequenos negócios levando ao fechamento de empresas, ao aumento do desemprego e, consequentemente, à queda na arrecadação e são esses fatores que estamos avaliando”.

Luiz Carlos Hauly

“A minha opinião sobre a escala 6X1 é a seguinte: primeiro, antes de mais nada, como propõe uma profunda mudança na relação de trabalho, é fundamental que seja feita uma ampla e profunda discussão com os setores que serão diretamente afetados, empresariais e sindicais, e somente depois esse tema deveria ser colocado para tramitação na Câmara. Sem um prévio e criterioso debate não vejo como essa matéria ser colocada para apreciação dos parlamentares.”

Marco Brasil

“Esse daí é um assassinato do Estado, do patrão, do empregado e da sociedade: são quatro assassinatos em um projeto só. Este projeto já existe desde 2018 e está parado no Congresso. Eu não acho certo usar o trabalhador, o povo que já sofre e passa dificuldades, nessas ilusões. Primeiro foi a questão do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que nunca foi pautado e nem passou para a Câmara, que era uma lista fraudulenta. Agora, essa PEC já tem as assinaturas, mas é inviável para todos. O país precisa produzir e o trabalhador precisa ser bem mais remunerado e valorizado. Depois desse vai vir um outro Projeto de Lei com um salário mínimo de R$ 8.000. Nem se a pessoa for trabalhar nos Estados Unidos e vier morar no Brasil vai ter essas condições. Eu sempre estive ao lado do trabalhador porque sou trabalhador. O país precisa produzir, trabalhar e crescer.”

Reinhold Stephanes

“Minha preocupação é com o futuro. Essa proposta vai diminuir o salário das pessoas. Vai aumentar o custo de vida , o preço dos alimentos e dos produtos. Além de inviabilizar investimentos de novas empresas no Brasil.”

Rodrigo Estacho

“Achamos o texto ainda muito embrionário e carente de mais debate. Caso seja efetivamente protocolado iremos acompanhar as discussões e argumentos de ambos os lados antes de definir o voto.”

Sargento Fahur

“A Proposta de Emenda à Constituição conhecida como “escala 6×1” já atingiu o número necessário de assinaturas para ser protocolada. Caso as lideranças da Câmara dos Deputados decidam pautá-la, discutiremos o tema de forma transparente, analisando os prós e os contras e aprimorando o texto, se necessário. Não assinei inicialmente porque sou cauteloso e bem atento com propostas populistas e irresponsáveis vindas da esquerda. Essa PEC, a meu ver, é mais uma cortina de fumaça criada pela esquerda para desgastar a direita e tirar o foco do desastroso governo Lula. Por outro lado, assinei uma PEC do deputado Maurício Marcon, cujo tema também é relacionado com carga horária de trabalho, que no meu entendimento é muito melhor e mais viável que a PEC da psolista. Inclusive também estamos trabalhando um projeto de Lei apresentado pelo deputado Sargento Portugal do Rio de Janeiro que trata de escalas e carga horária de trabalho de policiais militares no Brasil, profissionais esses que também estão cumprindo escalas desumanas e que comprometem sua saúde e a qualidade do trabalho que prestam à sociedade.”

Tião Medeiros

“Não assinei, não vou assinar e recomendo quem tem pouco de juízo a não assinar. A proposta é aviltante, desrespeitosa, contra o setor produtivo. A gente já tem uma deficiência de qualidade, e a quantidade de mão de obra só vai se agravar. É uma medida completamente descabida, na contramão do que a gente está vivendo. Então ela é de uma infelicidade ímpar.“

Também são contrários ao fim da escala 6×1 os seguintes deputados:

  • Delegado Matheus Laiola (União Brasil)
  • Diego Garcia (Republicanos)
  • Dilceu Sperafico (Progressistas)
  • Felipe Francischini (União Brasil)
  • Filipe Barros (PL)
  • Giacobo (PL)
  • Luiz Nishimori (PSD)
  • Newton Bonin (União Brasil)
  • Padovani (União Brasil)
  • Paulo Litro (PSD)
  • Pedro Lupion (Progressistas)
  • Sergio Souza (MDB)
  • Toninho Wandscheer (Progressistas)
  • Vermelho (PL)

Os três senadores paranaenses também foram questionados, mas Flavio Arns (PSB), Oriovisto Guimarães (Podemos) e Sergio Moro (União Brasil) afirmaram que só vão se manifestar se o texto avançar para o Senado Federal.

* O deputado Luciano Alves (PSD) retornou à Câmara dos Deputados após Beto Preto (PSD) reassumir o cargo de secretário da Saúde do Paraná. Com isso, o parlamentar ainda não se manifestou sobre sua posição em relação à proposta do fim da escala 6×1.

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