7 deputados paranaenses defendem fim da escala 6x1; saiba o que dizem os contrários
A bancada do PT foi a única a assinar integralmente o projeto da deputada Erika Hilton (PSOL-RJ)
O projeto que proíbe a escala de trabalho em regime 6×1, que é quando o trabalhador tem apenas uma folga durante a semana, atingiu o limite mínimo para começar a tramitar na Câmara dos Deputados. E entre os paranaenses, apenas os deputados ligados ao Governo Federal assinaram a proposta de autoria da deputada Erika Hilton (PSOL-RJ).
O documento foi assinado por toda a bancada petista do Paraná e ainda contou com a adesão do deputado Luciano Ducci (PSB). Ao todo, foram 6 paranaenses que constam no documento, mas, além deles, o deputado Aliel Machado (PV) afirmou que não pode apoiar a medida por estar de licença médica, mas defendeu ser favorável ao texto.
“Ainda estou em recuperação por conta de uma queda grave que sofri na última semana e que me afastou completamente das minhas atividades, por ordem médica. Revelo meu apoio e assinatura à proposta de PEC da escala 6×1. Estamos juntos nessa luta”, escreveu Aliel Machado em uma rede social.
Com a declaração pública do deputado de Ponta Grossa, os paranaenses favoráveis ao fim da escala 6×1 são:
- Aliel Machado (PV)
- Carol Dartora (PT)
- Gleisi Hoffmann (PT)
- Luciano Ducci (PSB)
- Tadeu Veneri (PT)
- Welter (PT)
- Zeca Dirceu (PT)
A coluna procurou os outros 23 deputados que não assinaram o documento. Confira o que pensa cada um dos paranaenses sobre esse tema:
Beto Richa (PSDB)
“O PSDB vai discutir uma posição conjunta. É preciso modernizar as relações trabalhistas, mas sem tumultos. O partido não aprovará nenhuma medida que traga insegurança a trabalhadores e empresários ou ameace direitos adquiridos.”
Filipe Barros (PL)
“Uma PEC como essa exige um debate profundo, que respeite as demandas das famílias que
trabalham e empregam. Da forma como foi colocada pela esquerda, de cima para baixo, através de um texto extremamente simplório, a discussão cria mais problemas do que entrega soluções. Porém, agora, com a proposta de fato tramitando, o Parlamento terá a oportunidade de cobrar de Lula um projeto estruturante de desenvolvimento econômico e social para o Brasil – coisa que ninguém viu até agora.”
Luísa Canziani (PSD)
“Acredito que o fim da escala 6×1 deva ser discutida mais amplamente e com o envolvimento de todos: trabalhadores, setor produtivo e sociedade civil organizada. Entendo que o mercado de trabalho está em constante evolução e precisamos garantir qualidade de vida a todos, mas temos que avaliar também os impactos que essa mudança na jornada de trabalho provocará na economia uma vez que vai atingir importantes setores como indústria, comércio, supermercados, restaurantes, hotéis e a prestação de serviços, que são os que mais utilizam essa escala. Portanto, acredito que a redução da jornada de trabalho pode inviabilizar os micros e pequenos negócios levando ao fechamento de empresas, ao aumento do desemprego e, consequentemente, à queda na arrecadação e são esses fatores que estamos avaliando”.
Luiz Carlos Hauly (Podemos)
“A minha opinião sobre a escala 6X1 é a seguinte: primeiro, antes de mais nada, como propõe uma profunda mudança na relação de trabalho, é fundamental que seja feita uma ampla e profunda discussão com os setores que serão diretamente afetados, empresariais e sindicais, e somente depois esse tema deveria ser colocado para tramitação na Câmara. Sem um prévio e criterioso debate não vejo como essa matéria ser colocada para apreciação dos parlamentares.”
Luiz Nishimori (PSD)
“Acredito que a indicação dessa proposta foi muito prematura, tendo muitas divergências dentro do próprio texto. Uma alteração desse tipo que vai onerar diretamente o setor produtivo e de serviços, precisa ser amplamente discutida, inclusive com audiências públicas. Mudanças sem planejamento, podem acarretar desemprego e mudanças drásticas na forma de contratação, como a substituição de CLT, por outras formas de contratação. Se realmente houver um debate coerente, a realização de audiências públicas para ouvir todos os lados envolvido, acredito que podemos chegar a um ponto de equilíbrio tanto para os trabalhadores, quanto para os empregadores. Mas tudo é questão de debate, estudos e análise.”
Marco Brasil (Progressistas)
“Esse daí é um assassinato do Estado, do patrão, do empregado e da sociedade: são quatro assassinatos em um projeto só. Este projeto já existe desde 2018 e está parado no Congresso. Eu não acho certo usar o trabalhador, o povo que já sofre e passa dificuldades, nessas ilusões. Primeiro foi a questão do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que nunca foi pautado e nem passou para a Câmara, que era uma lista fraudulenta. Agora, essa PEC já tem as assinaturas, mas é inviável para todos. O país precisa produzir e o trabalhador precisa ser bem mais remunerado e valorizado. Depois desse vai vir um outro Projeto de Lei com um salário mínimo de R$ 8.000. Nem se a pessoa for trabalhar nos Estados Unidos e vier morar no Brasil vai ter essas condições. Eu sempre estive ao lado do trabalhador porque sou trabalhador. O país precisa produzir, trabalhar e crescer.”
Newton Bonin (União Brasil)
“Sou firmemente contra a proposta de substituição da escala de trabalho 6×1 pela escala 4×3, atualmente em discussão no Congresso Nacional. Essa alteração apresenta uma série de desafios para os empresários e para a preservação dos empregos no país. O modelo 4×3 exigiria que as empresas arcassem com custos adicionais relacionados a horas extras e à contratação de novos funcionários, o que resultaria no aumento dos preços de produtos e serviços. Esse encarecimento geraria inflação e elevação dos custos operacionais, impactando diretamente o orçamento das empresas, especialmente das micro e pequenas, que já enfrentam uma carga tributária elevada e dificuldades para se manterem em um cenário econômico desfavorável. As micro e pequenas empresas, responsáveis por gerar 80% dos empregos formais no Brasil, seriam as mais prejudicadas, pois muitas delas não teriam condições de contratar mais funcionários para cumprir a carga de trabalho exigida pela nova escala. Esse impacto financeiro severo obrigaria muitas a fecharem as portas. Assim, uma proposta que supostamente visa beneficiar os trabalhadores acabaria incentivando o fechamento de empresas e, consequentemente, o aumento do desemprego.Portanto, a aprovação dessa escala pode acarretar na falência das pequenas empresas, demissão em massa, aumento do desemprego, diminuição do poder de compra, corte de benefícios como o vale-alimentação, além dos custos elevados com folha de pagamento que as empresas passariam a enfrentar e que inevitavelmente seriam repassados ao consumidor final. “
Reinhold Stephanes (PSD)
“Minha preocupação é com o futuro. Essa proposta vai diminuir o salário das pessoas. Vai aumentar o custo de vida , o preço dos alimentos e dos produtos. Além de inviabilizar investimentos de novas empresas no Brasil.”
Rodrigo Estacho (PSD)
“Achamos o texto ainda muito embrionário e carente de mais debate. Caso seja efetivamente protocolado iremos acompanhar as discussões e argumentos de ambos os lados antes de definir o voto.”
Sargento Fahur (PSD)
“A Proposta de Emenda à Constituição conhecida como “escala 6×1” já atingiu o número necessário de assinaturas para ser protocolada. Caso as lideranças da Câmara dos Deputados decidam pautá-la, discutiremos o tema de forma transparente, analisando os prós e os contras e aprimorando o texto, se necessário. Não assinei inicialmente porque sou cauteloso e bem atento com propostas populistas e irresponsáveis vindas da esquerda. Essa PEC, a meu ver, é mais uma cortina de fumaça criada pela esquerda para desgastar a direita e tirar o foco do desastroso governo Lula. Por outro lado, assinei uma PEC do deputado Maurício Marcon, cujo tema também é relacionado com carga horária de trabalho, que no meu entendimento é muito melhor e mais viável que a PEC da psolista. Inclusive também estamos trabalhando um projeto de Lei apresentado pelo deputado Sargento Portugal do Rio de Janeiro que trata de escalas e carga horária de trabalho de policiais militares no Brasil, profissionais esses que também estão cumprindo escalas desumanas e que comprometem sua saúde e a qualidade do trabalho que prestam à sociedade.”
Tião Medeiros (Progressistas)
“Não assinei, não vou assinar e recomendo quem tem pouco de juízo a não assinar. A proposta é aviltante, desrespeitosa, contra o setor produtivo. A gente já tem uma deficiência de qualidade, e a quantidade de mão de obra só vai se agravar. É uma medida completamente descabida, na contramão do que a gente está vivendo. Então ela é de uma infelicidade ímpar.“
Também são contrários ao fim da escala 6×1 os seguintes deputados:
- Delegado Matheus Laiola (União Brasil)
- Diego Garcia (Republicanos)
- Dilceu Sperafico (Progressistas)
- Felipe Francischini (União Brasil)
- Giacobo (PL)
- Luciano Alves (PSD)
- Padovani (União Brasil)
- Paulo Litro (PSD)
- Pedro Lupion (Progressistas)
- Sergio Souza (MDB)
- Toninho Wandscheer (Progressistas)
- Vermelho (PL)
Os três senadores paranaenses também foram questionados, mas Flavio Arns (PSB), Oriovisto Guimarães (Podemos) e Sergio Moro (União Brasil) afirmaram que só vão se manifestar se o texto avançar para o Senado Federal.
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