Paulo Martins ataca principais oponentes e acredita em vitória de Bolsonaro no 1º turno
O candidato do Partido Liberal ao senado pelo Paraná, Paulo Martins, participou na manhã desta sexta-feira (23) da série de sabatinas do Grupo RIC, que entrevistou os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de voto. Nos estúdios da emissora em Curitiba, o deputado federal declarou que pretende uma reforma no Senado Federal, atacou os principais oponentes na disputa e afirmou que caso Lula vença as eleições “irei fazer oposição ferrenha dia e noite”.
Em busca da primeira eleição para o senado, Paulo Martins fez duras críticas aos atuais senadores, principalmente diante de algumas medidas tomadas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“A atuação do Supremo hoje tem extrapolado as quatro linhas da constituição, o Supremo está usurpando poderes, cometendo abusos, isto são atos frequentes e ocorrem por conta da omissão do Senado Federal. O Senado tem sido covarde, não tem cumprido com a sua função que está descrito em nosso ordenamento jurídico que é também de exercer seu papel de contra peso para dar equilíbrio entre os poderes. Cabe ao senado avaliar se um ministro do STF cometeu um crime de responsabilidade ou não, e o senado não faz isso”, declarou Martins.
Nas acusações, o candidato também aproveitou para citar o representante paranaense Alvaro Dias, que concorre a reeleição. “Há poucas semanas tivemos empresários, por exemplo Luciano Hang, que dá empregos e inova, com as redes sociais bloqueadas, conta devastada, sigilo quebrado, por conta de conversa em grupo privado de WhatsApp. E o senado da república não faz nada. Alvaro Dias, atual senador, não falou uma frase, para ele está tudo normal. Isso não é admissível. Eu como senador quero fazer esse combate”, afirmou.
Alvaro Dias (Podemos) não foi o único alvo de Paulo Martins durante a entrevista. O candidato do PL também acusou Sergio Moro (União) de copiar frases na campanha e ainda buscar os mesmos apoiadores.
“O Sergio Moro tenta ir nos compromissos que sou convidado, tenta usurpar os apoios que eu tenho e agora está usando até as frases que eu tenho usado. Pois ele sabe que minha campanha está funcionando, que eu defendo o lado certo, e que ele não tem substância nenhuma para defender as teses que ele está defendendo, faz isso só por interesse eleitoral”, afirmou Martins.
Ao ser questionado a respeito dos números das pesquisas eleitorais, que apontam Alvaro e Moro na liderança, Paulo Martins declarou que “não leva a sério” os números e acredita em outros métodos para medir a popularidade.
“Pesquisas acabam sendo referência, mas tem um outro ponto, todo instituto faz pesquisa sobre encomenda, alguns fazem pesquisas e resultados. Então eu não levo a sério. É uma referência, é legal, quando aparece lá todo mundo gosta, mas eu tenho outros meios de medir apoios. As métricas de redes sociais me dizem o contrário do que as pesquisas estão falando. Os meus adversários sabem disso, porque eles também fazem esse monitoramento, tanto que tentam me imitar”, justificou Martins.
Apoio de prefeitos para o mandato
Durante a sabatina, Paulo Martins foi questionado sobre a falta de apoio dos prefeitos das maiores cidades do estado. Para o candidato, a tendência tem uma justificativa, pois os políticos acreditam que a eleição pode gerar um novo poder político no estado e despertar uma ameaça em disputas futuras.
“Eu tenho apoio de muitos prefeitos, de mais de 200 prefeitos no interior do estado. Os prefeitos das grandes cidades têm dificuldade de me apoiar porque eles querem ser governadores. Então eles enxergam que minha eleição de senador aos 41 anos de idade, vai gerar uma nova possibilidade de poder no Paraná. Que eu possa vir a ser candidato a governador no meio do mandato, coisa que eu não serei, eu não quero. Eu quero ser senador. Eu não acredito no poder executivo do jeito que ele está juridicamente desenhado. Mas eles não acreditam nisso, então preferem apoiar, podem notar que geralmente preferem apoiar Alvaro Dias, pois está em um outro patamar da carreira”, confessou Martins.
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Apesar da falta de apoio nas eleições, Martins declarou que como deputado federal ajudou vários prefeitos do estado, mas acabou traído nesta corrida eleitoral. “Mesmo assim eu atuei, ajudei muito esses prefeitos durante meu mandato de deputado. O Rafael Greca mesmo, fiz uma ajuda muito grande para ele, ele sabe qual é, e ele me traiu. Pois ele tinha me dado a palavra que me apoiaria, depois ele apareceu apoiando o Alvaro Dias, mas é isso, está pensando na própria carreira”, completou.
Aliado de Jair Bolsonaro, o candidato acredita que as eleições serão definidas ainda no primeiro turno, com vitória do companheiro de partido.
“O Lula não vai vencer as eleições, Jair Bolsonaro vai vencer as eleições no primeiro turno, eu tenho convicção disso. Mas temos que falar no campo da hipótese, se eu for eleito senador e o Lula presidente irei fazer oposição ferrenha dia e noite ao governo Lula, porque o projeto do PT é um projeto autoritário. Não é porque eu não gosto da cor, ou porque eu vou fazer as coisas por birra. É porque eu tenho que resguardar as liberdades brasileiras”, declarou o candidato.
Paulo Martins ainda aproveitou a sabatina para defender que apoia uma reforma política no país, baseada em métodos aplicados em outros países. Na conversa com Marc Sousa e Jeulliano Pedroso, o candidato citou a Alemanha com uma constituição diferente entre os municípios, os chamados cidades-estado.
Confira a entrevista completa de Paulo Martins:
Sabatinas do Grupo RIC
As sabatinas do Grupo RIC com os candidatos ao senado pelo Paraná ocorreram nos dias 21, 22 e 23 de setembro, e tiveram duração de 20 minutos. O conteúdo foi transmitido no programa RIC Notícias Dia, da RICtv, nas rádios Jovem Pan e Pan News FM, no programa Jornal da Manhã, e com cobertura em tempo real pelo portal RIC Mais. As entrevistas fazem parte da maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Paraná. Confira a programação das entrevistas: