Pesquisas eleitorais são confiáveis? Entenda diferenças e utilidades

É preciso entender o que são as pesquisas eleitorais e porque elas são utilizadas pelos partidos políticos, candidatos e também pelo público na corrida eleitoral

Publicado em 9 set 2024, às 21h57.

Uma das maiores tradições das eleições são as pesquisas eleitorais. Esses levantamentos ainda geram dúvidas e questionamentos a respeito das diferentes metodologias e também aplicações.

Pesquisas eleitorais são confiáveis? Entende diferenças e utilidades
Candidatos, partidos e eleitores podem utilizar pesquisas durante corrida eleitoral (Foto: Pixabay)

Por isso é preciso entender o que são as pesquisas eleitorais e porque elas são utilizadas pelos partidos políticos, candidatos e também pelo público na corrida eleitoral.

As pesquisas eleitorais são um retrato da opinião pública no momento em que ela é realizada. Ou seja, se um levantamento é feito entre os dias 1º e 8 de setembro, os resultados dela podem ser diferentes aos vistos na segunda metade deste mês.

“O que a pesquisa eleitoral é? Ela é o retrato de um determinado momento, e se ela for bem feita do ponto de vista metodológica, ela vai conseguir capturar as opiniões, enfim, as preferências do eleitorado naquele momento”, explica o professor de administração pública e ciência política da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Horochovski.

Cada instituto de pesquisa deve registrar junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) esse levantamento. Isso porque permite que qualquer pessoa possa checar a metodologia que será aplicada neste processo.

Dentro da metodologia estão inseridas todas as práticas que serão praticadas no levantamento. Ou seja, questões como data de divulgação, estatístico responsável, perguntas aplicadas, se há alguma empresa contratante, número de entrevistados, recorte dos pesquisados, margem de erro e grau de confiabilidade.

Para conseguir refletir a preferência de eleitor de uma determinada cidade, os institutos de pesquisas fazem uma amostragem da população desse local. Ou seja, se determinado município conta com 54% dos moradores mulheres e 46% homens, os entrevistados no levantamento devem refletir esse número.

Assim, nem todos os moradores de uma cidade serão entrevistados nas pesquisas eleitorais. Por exemplo, caso um levantamento seja feito com 2 mil entrevistados, a chance de um eleitor ser ouvido em uma cidade com 200 mil habitantes é de 1%. Nesse cenário, em um grupo de 100 habitantes, apenas 1 participará da enquete.

E pelo cenário das pesquisas eleitorais serem feitas via recorte, existe a chamada margem de erro. Essa questão equivale à probabilidade de que os resultados não estejam de fato na correspondência do que é representado pela população.

Por isso, um determinado candidato apresenta uma variação de alguns pontos percentuais nas pesquisas eleitorais.

Outro indicador fundamental nas pesquisas eleitorais é o nível de confiança. Normalmente esse índice é de 95%, o que significa que a cada 100 levantamentos realizados, em 95 o candidato estará considerado dentro da margem de erro.

“Os usos das pesquisas são os mais diversos. Partidos e candidatos vão utilizar os resultados das pesquisas para orientar suas campanhas. Então, o candidato que precisa melhorar seu desempenho, ele se orienta pelo que as pesquisas capturam. Já os candidatos mais bem colocados procuram desenvolver estratégias de campanha que solidifiquem, que consolidem sua posição”, prossegue Horochovski.

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Qual o impacto das pesquisas eleitorais no voto?

Uma questão importante dentro da corrida eleitoral é o chamado voto útil. Ou seja, o eleitor utilizar o critério de escolher o candidato com maior probabilidade de vencer ou conquistar um melhor resultado na disputa.

“Evidentemente que existem indícios muito fortes de que pesquisas que vão se sucedendo vão confirmando os resultados de pesquisas precedentes. Isso é uma forte indicação de que uma parcela do eleitorado, sim, segue as pesquisas”, explica Horochovski.

Mas segundo o professor é preciso que esse voto útil não esteja atrelado apenas a posição de determinado candidato na pesquisa, mas sim há uma pré-existente tendência de escolha pelo eleitor.

“Essa é uma motivação para o voto, votar no candidato mais bem colocado, especialmente se esse candidato, se essa candidata tiver proximidade ideológica, se sua plataforma, enfim, suas bandeiras políticas estiverem próximas àquilo que eu acredito como eleitor, em termos de visão de mundo, de perspectivas, de ideologia e assim por diante”, finaliza.

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