PGE pede prisão de sindicalista líder da greve dos professores no Paraná

Presidente da APP-Sindicado declarou que tratativas estão sendo feitas para evitar a prisão: “É um absurdo”

por Guilherme Becker
com informações de Kainan Lucas, da RICtv
Publicado em 5 jun 2024, às 11h56. Atualizado às 13h43.
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A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) pediu na noite desta terça-feira (4) a prisão da presidente da APP-Sindicato, Walkiria Olegario Mazeto, devido à greve dos professores no Paraná. O órgão pede a imediata detenção, além de aumento na multa diária para a entidade – de R$ 10 mil para R$ 100 mil – e também para a líder do movimento – multa diária de R$ 10 mil.

PGE pede prisão imediata de sindicalista líder da greve dos professores no Paraná
PGE pede prisão imediata de sindicalista líder da greve dos professores no Paraná (Foto: Reprodução/ @walmazeto / Instagram / Orlando Kissner/ Alep)

A PGE aponta que houve crime de desobediência por parte da líder sindical, durante o ato grevista que teve início na última segunda-feira (3). No final de semana antes do movimento, o Tribunal de Justiça do Paraná determinou a suspensão da greve e estabeleceu R$ 10 mil como multa diária caso manifestações fossem realizadas. 

Na decisão, a desembargadora Dilmari Helena Kessler disse que o sindicato estava impedido de realizar qualquer movimento grevista até que apresentasse um plano de manutenção das atividades educacionais.

Apesar da determinação da justiça, professores e educadores iniciaram uma greve na segunda-feira (3), quando houve uma invasão no prédio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), continuaram a concentração em frente a sede dos deputados na terça-feira (4) , e nesta quarta (5) organizaram um movimento em frente a Secretaria de Educação do Estado do Paraná, em Curitiba.

Sindicalista classifica como ‘absurdo’ o pedido de prisão

De acordo com a sindicalista Walkiria Olegario, a concentração de manifestantes nesta quarta (5), na Avenida Presidente Kennedy, é para pedir uma conversa com o secretário de educação. A presidente da APP-Sindicato revela que é necessário este debate para que sejam cessadas as ameaças e a greve seja suspensa.

“É um absurdo (pedido de prisão), novamente uma prática anti-sindical. Desde antes do início da greve estamos vendo o estado se organizar para coibir o movimento, para que as pessoas não pudessem fazer o movimento contrário do projeto que estava na Alep. Esta é só mais uma prática anti-sindical desse estado contra a APP-Sindicato e contra todos movimentos que podem fazer luta”, comentou Walkiria.

Professores e educadores fazem movimento em frente a Secretaria de Educação do Estado do Paraná nesta quarta (5)
Professores e educadores fazem movimento em frente a Secretaria de Educação do Estado do Paraná nesta quarta (5) (Foto: Kainan Lucas/ RICtv)

Também a respeito do pedido de prisão, a presidente da APP-Sindicato destacou que ainda se trata de um processo e não foi realizado despacho por um desembargador. “Para pedir a manifestação [da prisão], precisa ter esse despacho. Está parado aguardando decisão do desembargador […] Tanto no campo político, como jurídico, estamos atuando para que não ocorra (a prisão). Todas as tratativas estão sendo feitas. Eu acredito que o estado não chegará a esse ponto, uma vez que é um pedido desproporcional ao tamanho do que foi o movimento”, completou.

Walkiria também destacou que o plano de reposição exigido pela justiça foi apresentado no domingo (2), antes do início da greve. A líder sindical tenta impedir que manifestantes sejam punidos individualmente por atos na Alep.

Nota da PGE

Em nota, assinada pela procuradora Mariana Carvalho Waihrich, nesta quarta-feira (5), a PGE reforça o pedido de majoração das multas diárias, diante de uma nova publicação da APP-Sindicato, onde destaca que a greve continua nesta quarta. Confira a nota na íntegra:

A Procuradoria-Geral do Estado (PGE) encaminhou uma petição ao Poder Judiciário na manhã desta quarta-feira (5) solicitando a aplicação de multas contra a APP Sindicato e sua presidente pelo descumprimento da decisão judicial que suspendeu os efeitos da greve contra o programa Parceiro da Escola. A decisão de primeiro grau foi proferida no dia 1º de junho, mas há diversas postagens em redes sociais desde então, além do movimento na frente da Assembleia Legislativa que culminou com a invasão do prédio, que indicam que o sindicato continuou e continua incentivando a adesão aos atos.

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