Pimentel questiona sobre orçamento para educação e Cristina não responde

Entre os diversos momentos mais tensos do debate entre os candidatos Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD) na RICtv, a discussão sobre os recursos destinados à educação e a fila por uma vaga nas creches municipais foi uma das mais acaloradas.

De um lado, Pimentel questionou a candidata sobre qual é a parcela do orçamento que deve ser destinada para a educação, conforme o que diz a legislação, sem obter resposta. Por outro lado, Graeml afirmou que o adversário neste segundo turno da eleição erra nas contas quando afirma que atenderá à demanda por novas vagas.

O tema foi inicialmente abordado pela candidata, que voltou a repetir uma das suas principais promessas de campanha, de zerar a fila por uma vaga nas creches.

“Nós vamos garantir creche para todas as crianças construindo CMEIs ou contratando na rede privada. Já estou em reuniões com os empresários da área de ensino particular, que não estão recebendo da atual gestão o dinheiro devido. Por isso que a atual gestão contrata menos do que deveria e tem tanta criança fora da creche. Tem 10 mil crianças fora da creche, porque a atual gestão não paga o custo básico de uma criança numa escola particular”.

Em seguida, a candidata questionou os números apresentados por Eduardo Pimentel. “O senhor tem falado em 36 CMEIs, multiplica aí, ouvinte e telespectador, multiplica os 36 CMEIs pelas 30 ou 60 crianças que cada CMEIs abriga e vê se vai chegar a 10 mil a conta do candidato preparado”.

Pimentel rebateu perguntando a Graeml se ela sabia qual a parte do orçamento da prefeitura deve ser investida em educação.

“Quanto que é a porcentagem de investimento para a educação no orçamento público municipal? Sem os teus lá da frente falarem, quanto que é?”, questionou. Após não obter a resposta, o candidato falou sobre os seus planos para a construção de creches. “25% do orçamento público municipal para que a gente possa investir na educação das crianças, tanto nas creches quanto nas escolas públicas municipais. Eu vou construir 36 novas creches, 30 com financiamento do BNDES, e 6 a fundo perdido do Governo do Estado. Eu vou manter a educação em tempo integral em todas as escolas públicas municipais e eu vou gerar, fruto da saúde financeira que a cidade tem, o vale creche, para que a família que tem a renda de até três salários mínimos possa contratar a creche particular mais perto da sua casa ou do seu trabalho”.

Cristina Graeml questiona números apresentados por Eduardo Pimentel

Cristina Graeml voltou a questionar a proposta do candidato, afirmando que ela não atenderia às necessidades das famílias curitibanas,

“Como é que você vai abrigar 10 mil crianças em 36 CMEIs? Eu fiz a conta, tá, eleitor? Se o CMEI tiver 60 crianças, ele vai conseguir colocar 2.160 crianças nesses 36 CMEIs. Só que são 10 mil, 10 mil sem vaga”, rebateu a candidata, que afirmou que irá “fazer parcerias público-privadas, já abri a conversação com a educação infantil privada. Só que, os donos dessas escolas dizem, e eles garantem que a prefeitura não está pagando o mínimo para aquelas crianças estarem na iniciativa privada, nem mesmo o custo da rede pública. Então é uma prefeitura que não tem empatia pelas mães que estão sem poder trabalhar porque os filhos estão fora da sala de aula”.

Em resposta a esse questionamento, Pimentel afirmou que as creches atendem a um número maior de crianças do que o afirmado pela candidata. “A creche menor que nós fazemos tem 150 crianças, e custa R$ 4 milhões. A maior, tem 300, e custa R$ 7 milhões. E eu vou fazer as 36 creches, mas não é só isso. Eu vou continuar contratando dentro da rede parceira as vagas que vão disponibilizadas para as famílias cadastradas, dentro do mesmo nível de educação. E também vou implementar o vale creche para as famílias até três salários mínimos, as que mais precisam, para que elas possam inscrever os seus filhos e filhas na creche particular. É assim que eu vou gerar as 9 mil vagas de creche que eu estou propondo pelos próximos quatro anos”, concluiu.

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