Portal de esquerda é obrigado a corrigir informações falsas sobre Sergio Moro
Os jornalistas Joaquim de Carvalho e Leonardo de Rezende Attuch, do portal de esquerda “Brasil 247”, serão obrigados a alertar seus leitores e espectadores que divulgaram “fake news” sobre o casal Sergio e Rosângela Moro. Os dois acusaram o senador paranaense e a deputada de São Paulo de participarem de esquemas de corrupção. Segundo o juiz da 22ª Vara Cível de Curitiba, Pablo Tourinho, a dupla de comunicadores mentiu.
“Parece claro que o conteúdo impugnado falta com a verdade em diversos pontos – ou ao menos, não indica que dizem respeito a boatos e suposições desprovidas de maior substrato – e que faltou cautela dos jornalistas ao expor dos temas, especialmente no tocante à primeira Autora, ultrapassando os limites do pertinente e de interesse público para veicular julgamentos pessoais sem conexão com a lisura da requerente.”, destacou o magistrado em sua decisão, que ainda reforçou “Há, portanto, a exposição de meias verdades, informações incompletas, suposições expostas como fatos e informações aparentemente 100% falsas“.
Preservando a liberdade de expressão, o juiz não mandou retirar o material do ar, mas orienta que os responsáveis pelo site insiram uma tarja no vídeo com a frase: “contém afirmações não comprovadas”.
Além da frase, no canal do YouTube “TV 247”, onde o vídeo é exibido, será obrigatória a publicação da seguinte nota: “No dia 23 de julho de 2022, no programa “Bom dia 247”, os jornalistas Joaquim de Carvalho e Leonardo de Rezende Attuch proferiram comentários ofensivos a Sergio Fernando Moro e Rosângela Moro, como a afirmação de que “Rosângela é o canal de corrupção de Moro”, absolutamente dissociados de qualquer prova. Rosangela e Sergio Moro repudiam as falas de Leonardo Attuch, que a qualifica como “perua das peruas das peruas de São Paulo” além de chamá-la de “alpinista social”. Rosangela é uma advogada respeitada, com muitos anos de dedicação a causas importantes na sociedade, tendo, inclusive, sido eleita pelo povo para exercer o mandato de Deputada Federal pelo Estado de São Paulo, com mais de 200.000 votos. As falas e conteúdo expostos no programa são objeto de discussão judicial perante a 22ª Vara Cível de Curitiba, processo ainda em trâmite.”. O mesmo texto deverá ser postado pelos dois jornalistas em suas redes sociais.
Os esclarecimentos deverão ser publicados até o dia 10 de fevereiro, sob pena de multa diária de R$ 1 mil reais por descumprimento.
Jornalista foi investigado na Lava Jato
Um dos responsáveis pela divulgação das informações consideradas pela justiça como inverídicas, Leonardo Attuch, é diretor do site Brasil 247. Ele foi investigado pela Lava Jato depois que um delatores da Operação, Milton Pascowitch, afirmou que pagou R$ 120 mil à Editora 247 Ltda. O repasse teria sido feito a mando do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, um dos presos no escândalo.
Segundo o delator, não teria acontecido nenhuma prestação de serviço, tudo foi apenas uma operação para disfarçar a compra de apoio do site ao PT. Na ocasião, o Ministério Público Federal chegou a pedir a prisão do jornalista, mas o pedido não foi aceito pelo então juiz Moro, que alegou falta de provas.
Na época, os responsáveis pela editora confirmaram que receberam valores de uma empresa chamada “Jamp”, mas negaram que seria para compra de matérias em defesa do PT. Segundo os jornalistas, o dinheiro foi usado para produzir “conteúdo sobre o setor de engenharia”.