Prefeito de Agudos do Sul é investigado por compra de votos via PIX

Publicado em 2 fev 2023, às 22h13.

O prefeito de Agudos do Sul, Jesse da Rocha Zoellner (PP), está sendo investigado por abuso de poder econômico, durante as últimas eleições suplementares na cidade. Ele é suspeito de comprar votos, fazendo o pagamento via PIX aos eleitores.

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Investigações do Ministério Público Eleitoral (MPE) estão em andamento. Mas, a partir de uma quebra de sigilo bancário, uma análise dos extratos bancários de Jesse teriam comprovado a emissão de pelo menos 18 transferências de valores via PIX para eleitores de Agudos do Sul entre os dias 26 de março e 1 de abril de 2022.

A investigação ainda verifica se ele montou um esquema de transporte de eleitores no dia da eleição. Diante das provas já levantadas, o MPE pediu a cassação do mandado do prefeito e de seu vice, Antônio Gonçalves da Luz (PSD).

Eleição fora de época

A eleição suplementar na cidade ocorreu em abril de 2022, depois que a prefeita eleita em 2020, Luciane Maria Teixeira (MDB), teve o registro da sua candidatura negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque foi considerada inelegível.

Na época, Jesse era presidente da Câmara de Vereadores local e se candidatou. A disputa foi contra Diego Luis Teixeira (MDB), que foi quem protocolou a denúncia no MPE sobre a compra de votos.

Dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) mostram que Jesse foi eleito com 3.117 votos (52,56%), contra 2.813 votos (47,44%) do seu oponente, Diego. A cidade registrou um total de 5.930 votos.

O que diz o prefeito Jesse Zoellner

A defesa do prefeito afirmou que não há qualquer prova contundente da compra de votos no inquérito em aberto. Veja na íntegra a nota emitida pelos advogados de Jesse:

“A ação ajuizada pelo segundo colocado nas urnas contra Jesse e seu vice representa, em verdade, uma tentativa de revanche eleitoreira. Busca-se, sem qualquer prova contundente, obter novo turno eleitoral às custas do judiciário que, até o momento, não se pronunciou sobre o mérito.

Não há nos autos qualquer prova séria quanto à intenção de compra de votos, indispensável para que haja eventual condenação. A defesa do Prefeito democraticamente eleito ressalta que referida ação representa um desrespeito e um sério risco à estabilidade democrática de um município que já passou por eleições suplementares.

Descabido, por fim, o pedido de imediato afastamento, realizado pelo Ministério Público. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a execução de sentenças que determinam a cassação apenas pode ocorrer após exauridas as instâncias ordinárias.

Dr. Luiz Paulo M.Franqui
Advogado Prefeito Jessé Zoellner e vice prefeito Antônio Ferreira.