Professores da rede estadual se reúnem em frente a Seed em 3º dia de greve no PR

Professores pedem para que a categoria não sofra punições do Governo do Estado por causa das manifestações durante greve

por Daniela Borsuk
com informações de Kainan Lucas, da RICtv
Publicado em 5 jun 2024, às 15h55. Atualizado às 16h03.
POST 29 DE 29

Os professores da rede estudual de ensino se reuniram, nesta quarta-feira (5), em frente a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), no bairro Portão, em Curitiba. O ato faz parte da greve dos professores, motivada pelo projeto de lei Parceiro da Escola, sancionado nesta terça-feira (4) pelo governador Carlos Massa Ratinho Jr. A manifestação já está no terceiro dia.

Greve dos professores do paraná entra no terceiro dia
Professores se reúnem em terceiro dia de greve (Foto: RICtv)

Na manifestação, a presidente do APP-Sindicato, Walkiria Olegario Mazeto, que representa a categoria, afirmou que a entidade solicitou reunião com o secretário da Educação, Roni Miranda, para garantia de que os professores não sejam punidos pelo protesto.

Nesta quarta-feira (5), um levantamento feito pela Seed ressaltou que 97% dos docentes da rede de ensino compareceram às salas de aula. “Ao longo da semana, a ampla maioria dos 67 mil professores da rede estadual manteve suas atividades, assegurando o atendimento regular aos alunos mesmo com a convocação de greve contra o programa Parceiro da Escola”, disse o Governo do Paraná.

Pedido de prisão de sindicalista

Na noite desta terça-feira (4), a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) solicitou a prisão da presidente do APP-Sindicato, Walkiria, por desobediência por manter a greve após decisão da Justiça para suspender o processo.

O órgão pediu a imediata detenção, além de aumento na multa diária para a entidade – de R$ 10 mil para R$ 100 mil. Além disso, também fez requisição pelo pagamento de multa diária de R$ 10 mil por Walkiria (veja o pedido da PGE).

Sindijor emite nota de repúdio ao pedido de prisão

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná (Sindijor) emitiu uma nota de repúdio devido ao pedido de prisão da sindicalista Walkiria, da APP-Sindicato. Veja o que diz a nota:

“É inaceitável e alarmante a tentativa de criminalização de uma legítima manifestação sindical, como a greve conduzida pela APP-Sindicato, justamente em defesa dos direitos e condições de trabalho dos professores e profissionais da educação no estado. A alegação de supostos atos de violência e invasão de prédios públicos durante o movimento grevista não justifica de forma alguma a desproporcionalidade das medidas repressivas propostas pela PGE.

É importante ressaltar que a greve é um direito constitucional garantido aos trabalhadores, conforme assegurado pela Constituição de 1988, e a tentativa de limitar ou cercear esse direito, sob argumentos questionáveis, é uma afronta aos princípios democráticos e aos direitos fundamentais dos cidadãos.

Ao solicitar a prisão da presidente da APP-Sindicato e aumentar drasticamente a multa diária imposta à entidade, o governo do Paraná demonstra uma postura anti-sindical, ilegal e truculenta, que merece ser repudiada e combatida veementemente por todos os defensores da liberdade sindical e dos direitos trabalhistas”, informou a nota.

O Sindijor pediu ainda que as autoridades revejam a decisão pelo pedido de prisão e multa para a sindicalista.

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