PSOL apresenta petições ao STF com pedidos de prisão de Bolsonaro e Braga Netto
O PSOL defende que manter Bolsonaro na Presidência da República seria o eixo central do plano e que Braga Netto seria um dos comandantes do grupo que articulava o golpe
Os deputados federais do PSOL apresentaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) duas petições com pedido de prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do seu então ministro da Defesa e da Casa Civil, general Braga Netto. Segundo o partido, os documentos se baseiam na Operação Contragolpe, da Polícia Federal, deflagrada na manhã da última terça-feira (19).
O partido incluiu no documento supostas “provas levantadas pela PF declarações e atitudes de Bolsonaro e Braga Netto que incentivaram bolsonaristas a agirem contra a democracia”. Em um dos exemplos, a bancada destacada que, em 18 de novembro de 2022, após Bolsonaro perder as eleições, Braga Netto falou para apoiadores que estavam diante do Palácio da Alvorada as seguintes palavras: “Vocês, não percam a fé. É só isso que eu posso falar agora”.
O partido afirma que a fala estava “nitidamente envolta em contornos conspiratórios”. “Isso porque, agora se sabe, Braga Netto teria sido o convidado de uma reunião com militares das Forças Especiais do Exército (os chamados “kids pretos”) em que, de acordo com a PF, se discutiria o plano para matar Lula, Alckmin e Moraes”, diz a nota enviada à imprensa.
Na petição, o PSOL diz que o general da reserva “ofereceu sua casa para a reunião que gestou a premeditação do assassinato do Presidente da República e do Vice-Presidente da República eleitos, bem como o de um Ministro do Supremo Tribunal Federal”.
O partido aponta ainda que Braga Netto seria um dos comandantes do “grupo de crise” caso os assassinatos lograssem êxito. “Se os outros componentes do grupo golpista estão presos preventivamente, a prisão do Gen. Braga Netto — um dos conspiradores-mor — se torna imperativa”, diz o partido.
Pedido de prisão de Bolsonaro
Para o PSOL, o plano só seria possível com a manutenção de Bolsonaro no poder, o que o coloca como “eixo central do plano”, na visão da agremiação partidária.
O partido, que fez oposição durante o último governo, afirma que os discursos de Bolsonaro fomentaram grupos radicais. “A influência direta do ex-Presidente pode ser vista na delação de Mauro Cid: em janeiro
de 2022, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou a existência de ‘reuniões de Bolsonaro
com o comando das Forças Armadas para discutir maneiras de impedir a posse de Lula como
presidente, em janeiro de 2023″‘, aponta o documento.
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Além de medidas como busca e apreensão e quebras de sigilos telemáticos, o PSOL pede ainda a prisão preventiva do ex-presidente. “Considerando a gravidade das acusações, a demonstração concreta de periculosidade, o risco evidente à ordem pública e a possibilidade de interferência na investigação, requer-se a decretação da prisão preventiva do representado Jair Messias Bolsonaro, em consonância com os requisitos legais, para garantia da ordem pública e da integridade da instrução criminal”, diz o pedido.
Assinam os pedidos os parlamentares Erika Hilton, Henrique Vieira, Célia Xakriabá, Luciene Cavalcante, Fernanda Melchionna, Chico Alencar, Glauber Braga, Ivan Valente, Luiza Erundina, Sâmia Bomfim, Talíria Petrone e Tarcísio Motta. Túlio Gadelha, da Rede, também foi incluído como signatário.
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