O diretório nacional do PT aprovou nesta sexta-feira, 7, por 29 votos a 25 e 11 abstenções, a aliança do partido com o prefeito de Belford Roxo (RJ), Wagner Carneiro, o Waguinho (MDB). Ele e a mulher, a deputada federal Daniela do Waguinho (MDB-RJ), são apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
O principal incentivador da aliança foi o ex-presidente do PT do Rio Washington Quaquá, um dos vice-presidentes nacionais do PT. Na semana passada Quaquá já havia causado polêmica ao incentivar a candidatura do sargento da Polícia Militar Alex Beraldo a vereador no Rio pelo PT. A ideia caiu por terra depois que veio à tona o fato de Beraldo ter sido citado na CPI das Milícias da Assembleia Legislativa.
Waguinho foi um dos únicos prefeitos da Baixada Fluminense a pedir votos para Bolsonaro na eleição de 2018. A aproximação rendeu frutos. No último dia 3 a cidade recebeu a visita do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para inauguração de obras de saneamento que vão beneficiar 20 mil moradores da cidade.
Em vídeo que circula na internet o filho Zero Um do presidente Bolsonaro rasga elogios a Waguinho e sua esposa, lembrando que ela integra a base do governo no Congresso. O prefeito também celebrou a visita em suas redes sociais.
A aliança é motivo de preocupação entre setores da direção petista. Eles temem que o apoio ao bolsonarista contamine a campanha da deputada Benedita da Silva (PT-RJ) à prefeitura do Rio.
A decisão foi objeto de intensos debates no diretório nacional do PT. Várias tendências minoritárias se uniram para barrar a aliança mas a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual Quaquá é um dos líderes, garantiu a coligação.
Quaquá justificou a aliança dizendo que Waguinho é aliado do PT há tempos e minimizou as reclamações da base petista sobre a possível contradição na aliança. “A política brasileira é absolutamente contraditória. A base da sociedade é pura contradição. Waguinho é um aliado tradicional do PT. Eu não diria que ele é bolsonarista. Ele é prefeito, é malandro. Se o Psol estivesse na presidência ele seria aliado do (Guilherme) Boulos. Essa turma (do PT) que é contra (a aliança) adora teorizar a Baixada tomando chope em Ipanema”, disse o dirigente.