Polêmica do Telegram: PT cobra regulamentação pelo TSE para eleições
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, cobrou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma ação mais enérgica sobre a regulamentação do Telegram durante as eleições deste ano, e afirmou que quer uma reunião com o tribunal e outros partidos para que o tema seja discutido.
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“Vai ter um escritório aqui? Tem algum representante? Vai ter regras sobre isso? Ou vai ser terra de ninguém, vai poder falar o que quiser, do jeito que quiser e todo mundo vira vítima?”, disse Gleisi a jornalistas nesta segunda-feira.
“Porque tem um momento em que nós somos as vítimas, mas depois as vítimas também passam a ser as instituições, como estão sendo o TSE e o Supremo Tribunal Federal (STF). Acho que eles têm responsabilidade em relação a isso para fazer com que esse processo eleitoral seja o mais limpo possível”, disse Gleisi, depois da primeira reunião do chamado Conselho Político da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reúne os representantes dos sete partidos aliados.
Procurado, o TSE não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
A presidente do PT citou que já teve reunião com representantes do WhatsApp e citou regras que o aplicativo de mensagens e também o Facebook e o Twitter colocaram em prática que melhoraram o ambiente, mas afirmou que, em relação ao Telegram, não há ainda definições claras.
O aplicativo, que chegou a ter sua operação suspensa no Brasil pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes porque não tinha representante no Brasil e não respondia a intimações judiciais, já assinou um acordo de cooperação com o TSE para combate à desinformação.
Há cerca de duas semanas, um dos canais mais ativos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Telegram chegou a ser tirado do ar por 48 horas por compartilhar notícias falsas, mas logo foi liberado. Outros canais continuam atuando sem qualquer intervenção.
Gleisi afirmou que a aliança quer uma reunião com o TSE para discutir o tema e pretende convidar outros partidos que queiram também participar.
“Acho que a campanha vai ser muito judicializada por conta das barbaridades que eles (a campanha de Bolsonaro) fazem. Espero que as instituições, principalmente o TSE, tomem medidas firmes em relação a fake news e propagação de fake news”, disse Gleisi.
O partido criou um site para receber denúncias de notícias falsas e tem já uma equipe de advogados atuando para tirá-las das redes e denunciar os autores. Segundo a presidente do PT, o grupo deve ser fortalecido com equipes jurídicas dos partidos aliados.
BRASÍLIA (Reuters) – (Reportagem de Lisandra Paraguassu)