Reforma tributária: senadores do PR cobram isonomia no setor automotivo

Flávio Arns destacou que benefícios fiscais para montadoras do Nordeste foram prorrogados até 2025: “temos que verificar se não está havendo uma competição desleal”

por Guilherme Becker
com informações do Jornal da Manhã, da rádio Jovem Pan
Publicado em 19 jul 2024, às 10h49.
POST 12 DE 13

Os senadores do Paraná adotaram uma postura crítica em relação ao texto-base da reforma tributária, referente ao setor automotivo. Para Flávio Arns (PSB) e Sergio Moro (União), o texto-base aprovado na Câmara dos Deputados amplia os benefícios fiscais para montadoras do Nordeste, o que pode prejudicar empresas de outras regiões do país.

Sergio Moro e Flavio Arns pediram isonomia no setor automotivo
Sergio Moro e Flavio Arns pediram isonomia no setor automotivo (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil e Geraldo Magela/ Agñecia Senado)

“Montadoras do Nordeste teriam benefícios fiscais até o ano de 2025 e foram prorrogados até o ano de 2032. Temos que verificar os impactos de benefícios a favor da população brasileira e, ao mesmo tempo, se não está havendo uma competição desleal, no que se proporciona para o Nordeste em comparação com as nossas montadoras do Sul e Sudeste. Queremos isonomia”, declarou Arns.

O posicionamento de Moro em relação ao tema também aponta um problema nos benefícios fiscais para montadoras do Nordeste. “Na regulamentação estão ampliando benefícios fiscais de montadoras no Nordeste. Nada contra o Nordeste, mas uma reforma tributária que seja para todos não pode discriminar os demais estados e prejudicar as indústrias do Paraná”, afirmou Moro.

Em discurso nesta semana, Oriovisto Guimarães (Podemos) mostrou preocupação com relação ao tempo para aprovação do texto da reforma tributária. “É uma tristeza, e sobre tudo, a minha preocupação que sejamos atropelados e não tenhamos tempo para avaliar isso como precisa ser avaliado”, declarou.

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As montadoras que têm fábricas no Paraná estão apreensivas com o texto aprovado na Câmara dos Deputados. O estado é um dos polos na produção de veículos no país. A projeção do governo é de uma taxa de  26,5% para a indústria, mas automóveis e motocicletas devem ter um acréscimo do chamado imposto seletivo. Essa tarifa incide sobre alguns produtos, entre eles os que agridem o meio ambiente. Segundo a proposta, os automóveis estão nesse rol.

Portanto, conforme as novas regras, a tributação deve atingir os veículos a combustão e também os híbridos e elétricos.

Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet, a medida representa um retrocesso, pois uma taxação maior vai provocar queda nas vendas e desacelerar o mercado. Além disso, o executivo afirma que “os novos veículos poluem 20 vezes menos”.

O presidente da Associação dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip), Ricardo Alípio da Costa, espera que com esses ajustes feitos no Senado, a reforma finalmente fique organizada de maneira que o setor considere justa, “espero que os tributos sejam lineares que não haja tanta distorção”.

Alguns trechos do projeto de lei devem ser alterados durante a tramitação no Senado.

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