Relator do caso Maria Letícia comenta embriaguez ao volante; defesa o considera parcial
O relator do processo contra a vereadora curitibana Maria Letícia (PV) comentou sobre os motivos que levaram ao pedido de arquivamento da acusação de embriaguez ao volante. O vereador Professor Euler (MDB) conversou com exclusividade com o Grupo RIC.
De acordo com o vereador, a embriaguez ao volante de Maria Letícia faz parte da vida pessoal dela. Por isso, o caso está sendo julgado pela justiça comum. “Quando se trato do chamado decoro parlamentar, que é o que eu deveria analisar, o abuso de autoridade é o ponto crucial a ser observado”, relatou. “Quando ela falou para os policiais ‘eu sou vereadora, e vocês vão se ferrar’, ela saiu da sua vida privada e trouxe o seu mandato diretamente para dentro da cena do acidente”.
A princípio, o relatório considera que Maria Letícia teria cometido abuso de autoridade contra os policiais que fizeram a abordagem de seu acidente de carro. O documento, que está em sigilo, afirma que a parlamentar teria chamado os agentes de segurança de “abusadores” e “lixos”.
Defesa de Maria Letícia crítica imparcialidade do relator
Procurada, a defesa da vereadora Maria Letícia criticou a imparcialidade do relator em nota oficial. Além disso, os advogados questionaram o que foi levado em consideração para pedir a cassação do mandato. Leia a nota na íntegra:
“A defesa manifesta profunda estranheza com o relatório, pois parece que o documento, infelizmente, atenta contra a imparcialidade do relator, que até o presente momento a defesa entendia como absolutamente idôneo. Além de o relatório considerar declarações do soldado Anderson, que estava impedido de depor e portanto não deveria ter as falas ponderadas, ele ignora o fato de que, especificamente sobre o desacato, ficou claro que o depoimento da soldado Roberta foi contraditório e incompatível com aquele dado pelo tenente Fagundes”.
Euler rebate as afirmações de Maria Leticia
Em resposta a nota divulgada pela defesa de Maria Letícia, o vereador Professor Euler afirmou que não havia impedimento contra o soldado Anderson durante o depoimento.
“As declarações do soldado Anderson foram em depoimento em sede policial, data em que não havia qualquer impedimento para ele. Sobre o desacato e abuso de autoridade, não há qualquer contradição entre os depoimentos da soldado Roberta e do tenente Fagundes. O tenente apenas afirmou que não presenciou qualquer desacato, no entanto, conforme os depoimentos, ele chegou ao local do acidente depois que os policiais já haviam atendido a ocorrência e já tinham sido alvo das ofensas e abuso de autoridade da vereadora”, comenta Euler.
Relembre o caso
O processo investiga Maria Letícia por desacato e embriaguez ao volante. A ocorrência foi registrada em novembro do ano passado, no momento em que a vereadora retornava de um show da cantora Ludmilla.
O início das oitivas da sessão foi no dia 8 de março, quando testemunhas do processo prestaram depoimentos.
Agora, os demais integrantes do Conselho de Ética podem apresentar votos em separado, com visões diferentes do entendimento do relator. Caso a cassação seja aprovada na comissão, caberá ao plenário da Câmara tomar uma decisão final sobre o processo envolvendo Maria Leticia.
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