Roberto Requião promete pedágio de manutenção mais barato e declara ser contra privatização de estatais
O ex-governador e novamente candidato Roberto Requião (PT) participou na manhã desta quarta-feira (31) da série de sabatinas do Grupo RIC. Nos estúdios do RN Dia, em Curitiba, o candidato revelou aos jornalistas Marc Sousa e Guilherme Rivaroli que pretende acabar com as concessionárias de pedágio para reduzir as tarifas, que é contra a privatização da Copel, da Sanepar e da Ferroeste, e ainda comentou sobre corrupção nos governos.
As sabatinas com os candidatos serão realizadas nesta semana, terão duração de 20 minutos e serão transmitidas no programa RIC Notícias Dia, da RICtv, nas rádios Jovem Pan e Pan News FM, no programa Jornal da Manhã, e com cobertura em tempo real pelo portal RIC Mais. As entrevistas fazem parte da maior cobertura multiplataforma das Eleições 2022 no Paraná. A ordem dos entrevistados foi definida pela pesquisa Real Time Big Data (PR-06612/2022). O último colocado no levantamento será o primeiro entrevistado, e assim por diante.
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Assim como em outras campanhas, onde prometeu reduzir as tarifas ou acabar com o pedágio, Roberto Requião novamente destacou que o pedágio é uma das prioridades da gestão. Desta vez, o candidato anunciou que pretende acabar com as concessionárias de pedágio e repassar a administração para o estado.
“Fui governador e por 42 vezes eu recusei o aumento, mas as pedageiras iam para a Justiça. O Ministério Público do Paraná dava parecer favorável ao aumento, contra o governo e contra o povo, e o Ministério Público Deltan Dallagnol dava também, eram estradas federais e estaduais. O juiz concedia o aumento que eu achava rigorosamente absurdo, um roubo […] Eu hoje acabaria com as concessionárias de uma forma absoluta. Porque houve aumentos de tarifas em cima de obras que deveriam ser construídas e não foram, com o silêncio do DER, com o silêncio da Agência Reguladora, e com o silêncio do governador”,
declarou Requião.
Como proposta para reduzir as tarifas, o candidato do PT propôs um pedágio de manutenção e com obras sendo financiadas pelo estado. “Eu hoje faria um pedágio de manutenção, no primeiro momento, com uma tarifa que iria cobrir a ambulância, o reboque e o mato cortado, e nós teríamos um pedágio extraordinariamente barato. mas na minha opinião teria que acabar de uma vez com isso, porque nós pagamos impostos […] As obras necessárias nós faríamos como temos feito ao longo da história do Paraná. Nós pagamos imposto para isso, quando paga imposto é para manter o estado”, disse.
O ex-governador ainda aproveitou para atacar a antiga gestão. “Eles não fizeram obras, eles roubaram o dinheiro todo, com um preço rigorosamente absurdo. Foi um acerto entre políticos corruptos e empresários malandros”, finalizou.
Requião fala de corrupção em partidos e comenta nepotismo
Questionado sobre casos de corrupção na política brasileira, Requião negou que tivesse algum caso durante as gestões que comandou, mas destacou que “a corrupção no Brasil era linear, todos os partidos estavam envolvidos”.
“O PP é o partido mais condenado do país, o meu PMDB eu saí dele por isso também. Agora eu entrei nesse jogo porque hoje nós não estamos disputando uma eleição, nós estamos disputando o futuro do Brasil. De um lado o Ratinho Jr elogiando o Guedes, o liberalismo econômico, a exploração das populações, e dando R$ 17 bilhões de isenções fiscais para megaempresas. Do outro lado o Lula que tem uma visão solidária com as pessoas e se identifica com a população. Sabe o que é passar fome, sabe o que é ser trabalhador e o dinheiro não dá pra sustentar sua casa. Errou muito, mas todo mundo erra […] O Lula hoje é a garantia que vamos zerar essa visão liberal de escravização do povo e de concentração do poder e do dinheiro, e vamos mudar o Brasil”,
declarou Requião.
Já especificamente sobre as gestões que liderou no estado, o candidato foi enfático que não houve corrupção. Ao ser questionado sobre as compras das ‘TVs Laranjas”, instaladas em salas de aula quando Maurício Requião era o secretário de Educação, o irmão da líder da pasta negou qualquer tipo de desvio.
“Suspeita de corrupção foi uma canalhice, não houve corrupção alguma, era jogada de demolição da imagem do governo. Jamais houve corrupção no meu governo, eu não vou dizer de uma forma absoluta, porque o governo é uma coisa monstruosa, alguém um dia alguém ficou com uma diária aqui ou ali e nós nem sabemos disso. Mas essa história de TV laranja foi uma canalhice da Joice Hasselmann e nós fomos absolvidos de forma absoluta”,
justificou Requião.
Também sobre o irmão no governo, Roberto Requião disse que não vê problema na contratação de parentes. Para ele, a contratação de um familiar capacitado, que tenha sido aprovado em um concurso público, não interfere negativamente na gestão.
“Se fosse indispensável eu nomearia, o parentesco não é uma cláusula inflamante, mas não deve ser também um fator positivo. Safadeza é nomear um cabo eleitoral, é nomear um corrupto pra arrecadar dinheiro […] O meu irmão foi secretário de Educação e cai entre nós, qual foi o resultado do Maurício Requião na secretaria, nós atingimos o primeiro lugar em qualidade de educação no Brasil”,
comentou Requião, sem citar o irmão Eduardo Requião, que foi condenado por má gestão quando administrava o Porto de Paranaguá.
Contra privatização de estatais
Em relação a privatizações de empresas como Copel, Sanepar e a Ferroeste, Requião declarou que é contra. Para ele, o objetivo das instituições é servir o povo e não beneficiar os acionistas com tarifas mais caras para a população.
“Eu assumo o governo do estado e coloca na rua toda essa gente que está sacrificando o povo do Paraná com tarifas que são um verdadeiro roubo. Eu demito todos e coloco a Copel e a Sanepar a serviço da população, como já fiz no passado”,
declarou Requião.
O candidato aproveitou para citar a obra da orla de Matinhos, iniciada neste ano. Para Requião, deve ser aberta uma investigação por conta dos altos valores. “Quando eu saí estava pronto o projeto, R$ 50 milhões. Camboriú fez a mesma coisa por R$ 70 milhões. O Estado do Paraná orçou o projeto em 500 e licitou por R$ 317 milhões com sete empresas […] Pra que sete empresas pra tirar areia do alto mar e jogar na praia, isso é uma coisa que deveria ser profundamente investigada, e vou fazer isso logo depois da posse”, conclui.
Sabatinas do Grupo RIC
Os quatro principais candidatos ao Governo do Paraná estão confirmados na série de sabatinas que será promovida pelo Grupo RIC. As entrevistas serão realizadas nesta semana, confira a agenda:
- 29/08: Professora Angela Machado (PSOL)
- 30/08: Ricardo Gomyde (PDT)
- 31/08: Roberto Requião (PT)
- 01/09: Ratinho Junior (PSD)