Segundo turno: o que muda nas eleições a prefeito no Paraná?

As cidades de Curitiba, Londrina e Ponta Grossa terão nova votação no dia 27 de outubro para decidirem os prefeitos até 2028

Publicado em 7 out 2024, às 17h42.

As cidades de Curitiba, Londrina e Ponta Grossa terão disputas a prefeito no segundo turno nas Eleições 2024.

Segundo turno: o que muda nas eleições a prefeito no Paraná?
Eleitores retornarão às urnas dessas cidades no dia 27 de outubro. (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE)

Os eleitores dessas cidades voltam no dia 27 de outubro para escolherem o chefe do executivo desses municípios até 2028.

Mas o que efetivamente muda na disputa para o primeiro turno? O professor de administração pública e ciência política da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Horochovski, explicou as principais mudanças.

“No segundo turno você tem uma eleição de caráter plebiscitário, em que as pessoas claramente vão ou confirmar a sua preferência, ou tentar barrar, tentar impedir que aquele candidato mais rejeitado ganhe. E nesse sentido, acaba sendo uma eleição muito mais polarizada do ponto de vista eleitoral”, explica o professor.

Outra mudança importante de um turno para outro é o tempo da propaganda eleitoral gratuita em rádio e TV. No segundo turno, ambos os candidatos terão a mesma faixa de tempo, não tendo mais importância o quociente das coligações.

“Com tempos iguais, aí obviamente que vai depender de como cada um usa.

Normalmente, quem tem mais recursos melhor esse tempo. E sim, historicamente, quando a gente olha para o passado, essa diferença no uso do recurso acabava sendo importante para o resultado da eleição”, complementa Horochovski.

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Estatisticamente, há vantagem para os candidatos que venceram o primeiro turno no histórico das eleições nacionais. Mas no Paraná há casos de virada, como Gustavo Fruet em Curitiba (2012) e Ulisses Maia em Maringá (2016).

Para Horochovski é preciso considerar não apenas a votação no primeiro turno, mas a rejeição acumulada que esses candidatos carregam durante o período eleitoral.

“Quanto menor a rejeição do candidato ou da candidata, maiores as chances dele ou dela ser eleito nesse segundo turno. Então esse é um perfil importante, ser um candidato que tenha baixa rejeição”, pontua o professor.

Outra mudança que pode ocorrer na votação do primeiro turno é o número de abstenções. Como já pontuado, a eleição no segundo turno ganha um caráter mais polarizado, por isso, eleitores que não contam mais com o candidato de preferência podem não escolher um novo postulante.

Como as eleições contabilizam apenas os votos válidos, quem terminou o primeiro turno à frente tende a ser beneficiado com maior abstenção no segundo turno.

“Se a abstenção for determinada por um fator ideológico, por uma leitura ideológica da realidade, por parte deste leitor que se abstém, aí sim nós podemos imaginar que a taxa de abstenção é, ou pelo menos a própria abstenção é sim uma variável importante nessa disputa”, finaliza Horochovski.

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