Uma testemunha da ligação entre os presidentes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Volodymyr Zelensky, da Ucrânia, disse à Câmara dos Deputados americana que a transcrição da conversa apresentada pela Casa Branca – e que está no centro do processo de impeachment contra Trump – demonstra de maneira correta o teor do diálogo, mas está incompleta.
Na quinta-feira, o tenente-coronel do Exército dos EUA Alexander Vindman, que acompanhou a conversa, disse à Câmara dos Deputados que propôs revisões à transcrição com base nas próprias anotações, mas que elas não foram incluídas na versão final do documento.
Segundo disse uma fonte que acompanhou o depoimento ao Dow Jones, Vindman afirmou que duas frases foram deixadas de fora da transcrição: uma na qual havia referência de gravações de Biden e outra, na qual aparecia o nome da Burisma Group, empresa na qual o filho do ex-vice-presidente trabalhava. Vindman afirmou que não considera que essas mudanças sejam importantes e que não acredita que as frases tenham sido deixadas de fora por razões erradas.
Na conversa, Trump pediu que Zelensky investigasse o candidato à presidência pelo Partido Democrata e ex-vice-presidente do país, Joe Biden, bem como a eleição de 2016. Mas o documento de cinco páginas divulgado pelo governo americano não é uma transcrição literal da ligação de 30 minutos entre os dois chefes de Estado, e sim uma reconstrução por meio de softwares de reconhecimento de fala e de “anotações e lembranças” de pessoal da Casa Branca que estava presente.
Outro funcionário da Casa Branca que ouviu a conversa, Tim Morrison, por outro lado, afirmou que a transcrição demonstra “precisamente e completamente” o teor da conversa.