Urnas eletrônicas: conheça o passo a passo da apuração dos votos

Equipamentos completam 28 anos de utilização nas eleições nacionais em 2024 e substituíram as cédulas de papel

Publicado em 13 ago 2024, às 18h39. Atualizado às 19h46.

As urnas eletrônicas completam 28 anos de atuação nas eleições brasileiras em 2024. Esse modelo substituiu o sistema de votação por cédulas de papel, o que trouxe maior celeridade na apuração e na segurança contra fraudes.

Urnas eletrônicas: conheça o passo a passo da apuração dos votos
Equipamento tem uma série de ritos entre o voto do eleitor até a apuração pelo TSE (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Mas como o voto do eleitor feito na urna é contabilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? O Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Gilmar José Fernandes de Deus, detalha como é o passo a passo da apuração:

  • Divulgação dos códigos fontes: Antes mesmo do eleitor digitar as teclas da urna, a Justiça Eleitoral faz o procedimento de divulgação dos códigos-fontes aos partidos políticos. Realizado nos anos anteriores às eleições, permite que os interessados possam conferir todos os comandos inseridos no equipamento, entre eles a gravação dos votos;
  • Voto: Sem a presença do eleitor não existe eleição. Quando os votos são registrados em uma urna eles ficam gravados e podem ser rastreados ao final do processo. Ou seja, caso um desses equipamentos apresente um problema e não possa mais ser utilizado durante o pleito, todos os votos anteriores seguem computados normalmente;
  • Rompimento dos lacres: Após o encerramento da votação, com a presença dos fiscais de partido, os lacres das urnas são rompidos. Com um pendrive, os votos são retirados do equipamento e impressos para checagem. Esse documento chamado de boletim de urna contém todos os dados da votação naquela seção eleitoral, como quantos votos cada candidato marcou;
  • Recebimento dos votos pelo TRE: Com os votos baixados, o envio dessas informações aos tribunais eleitorais de cada estado é feito de duas formas – fisicamente ou online. Caso seja feita de forma digital, esse compartilhamento de dados é realizado por meio de um link dedicado, ou seja, uma conexão exclusiva entre as seções eleitorais com os órgãos da Justiça Eleitoral.
  • Totalização dos votos: A última etapa da apuração é o envio de todos os votos pelos tribunais eleitorais de cada estado ao TSE – também feito por meio de links dedicados. À medida que esses dados chegam ao Tribunal eles são apurados para definirem os vencedores das eleições.

“Um dos principais requisitos de segurança da urna eletrônica é o fato dela não estar conectada à internet. Isso é o que a gente chama de primeira camada de segurança, que inviabiliza que qualquer hacker consiga invadir uma urna eletrônica”, complementa Fernandes.

Urnas eletrônicas x cédulas de papel

Além da segurança de ponta a ponta, as urnas eletrônicas também trouxeram maior celeridade na apuração dos votos.

Como comparação, as eleições presidenciais de 1990 definiu a vitória de Fernando Collor de Mello (PRN) três dias após o final da votação. Já em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aclamado presidente da República em menos de três horas após o fechamento das seções eleitorais.

“Outro quesito importante é a questão da auditoria. A cédula de papel apresentava problemas, principalmente com a questão do sol e da interpretação do voto do eleitor. A gente nunca conseguia bater o mesmo número de votos em uma nova checagem”, completa Fernandes.

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