Urnas eletrônicas: conheça o passo a passo da apuração dos votos
Equipamentos completam 28 anos de utilização nas eleições nacionais em 2024 e substituíram as cédulas de papel
As urnas eletrônicas completam 28 anos de atuação nas eleições brasileiras em 2024. Esse modelo substituiu o sistema de votação por cédulas de papel, o que trouxe maior celeridade na apuração e na segurança contra fraudes.
Mas como o voto do eleitor feito na urna é contabilizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? O Secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), Gilmar José Fernandes de Deus, detalha como é o passo a passo da apuração:
- Divulgação dos códigos fontes: Antes mesmo do eleitor digitar as teclas da urna, a Justiça Eleitoral faz o procedimento de divulgação dos códigos-fontes aos partidos políticos. Realizado nos anos anteriores às eleições, permite que os interessados possam conferir todos os comandos inseridos no equipamento, entre eles a gravação dos votos;
- Voto: Sem a presença do eleitor não existe eleição. Quando os votos são registrados em uma urna eles ficam gravados e podem ser rastreados ao final do processo. Ou seja, caso um desses equipamentos apresente um problema e não possa mais ser utilizado durante o pleito, todos os votos anteriores seguem computados normalmente;
- Rompimento dos lacres: Após o encerramento da votação, com a presença dos fiscais de partido, os lacres das urnas são rompidos. Com um pendrive, os votos são retirados do equipamento e impressos para checagem. Esse documento chamado de boletim de urna contém todos os dados da votação naquela seção eleitoral, como quantos votos cada candidato marcou;
- Recebimento dos votos pelo TRE: Com os votos baixados, o envio dessas informações aos tribunais eleitorais de cada estado é feito de duas formas – fisicamente ou online. Caso seja feita de forma digital, esse compartilhamento de dados é realizado por meio de um link dedicado, ou seja, uma conexão exclusiva entre as seções eleitorais com os órgãos da Justiça Eleitoral.
- Totalização dos votos: A última etapa da apuração é o envio de todos os votos pelos tribunais eleitorais de cada estado ao TSE – também feito por meio de links dedicados. À medida que esses dados chegam ao Tribunal eles são apurados para definirem os vencedores das eleições.
“Um dos principais requisitos de segurança da urna eletrônica é o fato dela não estar conectada à internet. Isso é o que a gente chama de primeira camada de segurança, que inviabiliza que qualquer hacker consiga invadir uma urna eletrônica”, complementa Fernandes.
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Urnas eletrônicas x cédulas de papel
Além da segurança de ponta a ponta, as urnas eletrônicas também trouxeram maior celeridade na apuração dos votos.
Como comparação, as eleições presidenciais de 1990 definiu a vitória de Fernando Collor de Mello (PRN) três dias após o final da votação. Já em 2022, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi aclamado presidente da República em menos de três horas após o fechamento das seções eleitorais.
“Outro quesito importante é a questão da auditoria. A cédula de papel apresentava problemas, principalmente com a questão do sol e da interpretação do voto do eleitor. A gente nunca conseguia bater o mesmo número de votos em uma nova checagem”, completa Fernandes.
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