Vereadora processa candidata em Curitiba por chamá-la de "comissária de voo"

Decisão proferida pelo juiz Irineu Stein Junior, da 145ª Zona Eleitoral de Curitiba, determinou em caráter liminar que Andrea inviabilize o acesso ao vídeo

Publicado em 19 set 2024, às 20h40. Atualizado às 20h46.

A vereadora Amália Tortato (NOVO) processou a candidata a prefeita de Curitiba Andrea Caldas (PSOL) por chamá-la de “comissária de voo” em um vídeo compartilhado nas redes sociais.

Vereadora processa candidata em Curitiba por chamá-la de "comissária de voo"
Discussão devido a terceirização da gestão administrativa de escolas estaduais iniciou o conflito entre as duas. (Fotos: Divulgação/Partido Novo e Divulgação/PSOL)

Decisão proferida na última segunda-feira (16) pelo juiz Irineu Stein Junior, da 145ª Zona Eleitoral de Curitiba, determinou em caráter liminar que Andrea inviabilize o acesso ao vídeo.

O juiz utiliza com justificativa para a decisão que o impulsionamento de propaganda eleitoral pode ser feito quando há menções e referências ao próprio candidato e não para desabonar adversários políticos.

No vídeo postado por Andrea em 10 de setembro, a candidata responde outra postagem da vereadora, em que Amália teria ironizado o fato dos partidos de esquerda criticarem o projeto do Governo do Paraná em terceirizar setores administrativos de algumas escolas estaduais.

Entre outros argumentos pontuados, Andrea cita que “é professora há mais de 30 anos”, tem “doutorado e é pesquisadora na área de políticas educacionais e gestão” e menciona que Amália “é, com todo respeito à sua profissão, comissária de voo”.

Em nota, a vereadora pontuou que “a candidata do PSOL tentou me diminuir por eu ter sido comissária de voo. Não é a primeira vez que candidatas ou mandatárias de esquerda buscam me desqualificar em um debate de ideias com esse tipo de fala. Falam com um ar de superioridade, como se meu trabalho como comissária me tornasse menos inteligente ou capaz”.

Também por meio de nota, Andrea se manifestou e abordou que a decisão judicial “não determina a exclusão de vídeo” e sim “a abstenção de impulsionamento do vídeo”. A candidata ainda menciona que “não há qualquer tentativa de tratar a profissão da vereadora de forma pejorativa”.

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Confira abaixo o posicionamento na íntegra de Amália Tortato e Andrea Caldas:

Amália Tortato

A candidata do PSOL tentou me diminuir por eu ter sido comissária de voo. Em um vídeo recente, ela quis invalidar minha opinião sobre pautas de educação, sugerindo que eu era ‘apenas uma comissária de voo’. Não é a primeira vez que candidatas ou mandatárias de esquerda buscam me desqualificar em um debate de ideias com esse tipo de fala. Falam com um ar de superioridade, como se meu trabalho como comissária me tornasse menos inteligente ou capaz. Trabalhei por cerca de 15 anos como comissária na LATAM, um trabalho honesto e digno! Tenho muito orgulho da minha trajetória, das pessoas incríveis que conheci e das experiências que vivi. Enquanto vereadora, meu trabalho fala por mim

Andrea Caldas

Nossa campanha reforça que; em primeiro lugar, não há nenhuma infração à legislação eleitoral e nem há qualquer decisão judicial que determina a exclusão de vídeo. O que a Justiça Eleitoral definiu foi meramente a abstenção de impulsionamento do vídeo. Nesse caso, se trata de fake News da Vereadora Amalia. A defesa foi apresentada e o vídeo está de acordo com a jurisprudência do TSE, que admite o debate democrático e livre de ideias, proibindo somente as práticas abusivas, como propaganda negativa ou ofensas à honra. 

Além disso, o vídeo trata do tema educação e feito em resposta a críticas sofridas pela própria candidata. Como o vídeo da Vereadora Amalia produz desinformação ao afirmar que não há projeto de privatização em curso pelo Governador Ratinho Jr., esta candidatura repôs a verdade a respeito do tema.

Por fim, não há qualquer tentativa de tratar a profissão da Vereadora de forma pejorativa. Ao contrário, o argumento utilizado é justamente de que nossa candidatura representa um acúmulo de mais de 30 anos de experiência na educação. Inclusive, a nossa candidatura demonstrou expressamente respeito à profissão da vereadora. 

Os objetivos da publicação são os de defender-se do ataque sofrido, defender a educação pública e, por fim, destacar sua vasta experiência como professora e como gestora do setor da Educação. 

É irônico que a Vereadora que diz defender tanto as liberdades, em especial a liberdade de expressão, se utilize de instrumento judicial para censurar as opiniões e o debate de ideias.

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