Voto antipetista é tendência em Curitiba, segundo pesquisa Quaest
Levantamento apontou que o apoio político do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é rejeitado por 82% dos entrevistados
Pesquisa divulgada na última terça-feira (27) pela Quaest Pesquisa e Consultoria apontou que o voto antipetista é uma tendência na disputa pela Prefeitura de Curitiba.
O levantamento apontou que o apoio político do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é rejeitado por 82% dos entrevistados.
“Nos últimos dez anos, de 2013, 2014 pra cá, um certo antipetismo se fortaleceu no executivo. E isso, de fato, dificulta, por exemplo, que uma candidatura apoiada pelo presidente Lula consiga angariar a maioria da preferência”, explica Rodrigo Horochovski, professor de Ciências Políticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Como comparação, outros ‘padrinhos’ de renome também apresentam rejeição do eleitor curitibano, mas em menor escala. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem o apoio criticado por 69% dos entrevistados, enquanto o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD) por 59%.
“Vai acontecer, mais ou menos, o que aconteceu na última eleição presidencial, em que ambos os candidatos tinham grandes índices de aprovação e isso acaba até anulando um pouco o impacto da desaprovação. Mas, obviamente, quanto mais o padrinho for reprovado, maior a dificuldade para o candidato”, continua Horochovski.
De acordo com as coligações partidárias feitas para a disputa em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) terá o apoio de Bolsonaro e Ratinho Jr., enquanto Luciano Ducci (PSB) deve contar com Lula como cabo eleitoral.
Já Ney Leprevost (UNIÃO) terá a deputada federal Rosângela Moro (UNIÃO-SP) como vice na chapa e o apoio do correligionário e senador, Sergio Moro (UNIÃO-PR).
Entre os quatro líderes da pesquisa estimulada da Quaest apenas Roberto Requião (Mobiliza) não conta com apoios externos no palanque. A chapa pura da recém-criada legenda Mobiliza deve contar apenas com o ex-governador como liderança.
“Nesse sentido, eu creio que ele corra um pouco por fora, o que a gente chama de recall. Ou seja, as pessoas conhecem, ele foi ex-prefeito político uma vez, governador por três mandatos, então isso se reflete claramente nas pesquisas. Mas a falta de um palanque mais robusto pode atrapalhar”, prossegue Horochovski.
Para o cientista político, Pimentel representa o fenômeno contrário a Requião. Sem nunca ter se candidatado a nenhum cargo público, o vice-prefeito nas duas últimas gestões de Rafael Greca (PSD) em Curitiba aparece bem colocado em todas as pesquisas divulgadas desde o início da corrida eleitoral.
“Isso é um indicador importante, um termômetro importante que esse grupo político, que hoje está no PSD, ele acaba tendo uma força muito grande aqui no Paraná, principalmente, de estar à frente do executivo, tanto estadual quanto municipal. E no caso de ele, de fato, vir a ser eleito, isso dá uma condição muito boa para que esse grupo político permaneça, digamos assim, à frente do executivo paranaense”, finaliza o cientista político.
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Metodologia da pesquisa
A pesquisa da Quaest Pesquisa e Consultoria contratada pela RPC TV entrevistou 900 pessoas de 16 anos ou mais entre os dias 24 e 26 de agosto. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número PR-06447/2024.
A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos e tem grau de confiança de 95%.
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