Voto útil: o que é e impacto nos últimos dias antes da votação
Presente em cidades que registram segundo turno, tendência é pautada pelas pesquisas eleitorais
Nos últimos dias antes da votação eleitoral um dos temas principais dos debates é o voto útil. Mas afinal, o que é esse recurso?
“O voto útil é aquele voto que o eleitor dá muito mais orientado pelo resultado que ele pretende na eleição, ou seja, pelo sentimento de que o seu voto pode fazer a diferença, do que orientado por convicções, em primeiro lugar”, explica o professor de administração pública e ciência política da Universidade Federal do Paraná, Rodrigo Horochovski.
O voto útil está presente nas disputas em cidades com possibilidade de segundo turno, ou seja, que contem com mais de 200 mil eleitores.
No Paraná, sete municípios são elegíveis a registrarem definições no segundo turno: Cascavel, Curitiba, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e São José dos Pinhais.
Os eleitores que decidem apostar nesse método utilizam a chamada teoria de ordenação das preferências, ou seja, estabelecem padrões para escolha de candidatos mais próximos às suas ideologias.
“É um voto pragmático, é um voto que o eleitor usa para tentar, por exemplo, evitar que uma opção menos interessante do ponto de vista dele, ou seja, para evitar que aquele candidato ou partido que ele mais rejeita ganhe a eleição”, pontua Horochovski.
Como o eleitor chega ao voto útil?
O principal vetor para que o eleitor possa decidir pelo voto útil é a pesquisa eleitoral. Consequentemente, nos últimos dias o número desses levantamentos comumente cresce.
“É a informação que ele ou ela tem de que o seu candidato não é favorito, ele tem mais dificuldade para ganhar as eleições, e que o voto num outro candidato pode evitar a eleição de um candidato ou partido que ele, eleitor, rejeita”, avalia o professor da UFPR.
Somente em Curitiba, a véspera da eleição contará com sete pesquisas eleitorais registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Então, pode-se dizer com tranquilidade que as pesquisas eleitorais, elas afetam, sim, a decisão pelo voto útil. E, naturalmente, que isso é levado em consideração nas campanhas políticas, e nós estamos vendo isso claramente na eleição de Curitiba, de maneira mais ou menos explícita”, finaliza Horochovski.