Gaúcho conta drama da família para abandonar casa: 'Água a 2,5m de altura'
Christofer, a esposa, o filho pequeno e quatro cães estão em um abrigo em Porto Alegre há uma semana
O gaúcho Christofer está desde a última sexta-feira (3) em um abrigo no centro esportivo de treinamento, que fica no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Uma parte do local virou ponto de distribuição de doações e também recebe as pessoas desalojadas.
O morador é um sobrevivente em meio à tragédia por conta das fortes chuvas que assolam o estado do Rio Grande do Sul e contou como conseguiu salvar a família, em entrevista para uma equipe da RICtv, que está em Porto Alegre.
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Christofer Rosa Chaves morava em uma casa de dois pavimentos na Ilha Grande dos Marinheiros, no bairro Arquipélago. Ele, a esposa e o filho pequeno, assim como quatro cachorros, dormiam no segundo piso do imóvel. Durante a madrugada de sexta (3), no entanto, a água começou a invadir o primeiro piso da casa.
“Quando começamos a dormir, não tinha água. Mas aí acordei 4h da manhã, com barulho. Quando fui descer a escada, estavam caindo os móveis da casa”, recorda ele.
Água chegou a 2,5 metros em casa de família gaúcha
Segundo Christofer, a altura da água chegar a cerca de dois metros e meio. “Dali por diante, até amanhecer o dia, fiquei ligando pra Defesa Civil, mas muita gente devia estar ligando”, conta.
Outros familiares dele moram na mesma região e um primo ajudou a retirar a esposa e o filho de Christofer de barco. “Outro vizinho tinha um caiaque e pedi emprestado, pra poder tirar os cachorros. Remava mais ou menos 600 metros de casa até a faixa [BR], pra deixar eles lá. Consegui tirar um carro também, um dia antes, e deixei na BR”, relata o morador.
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A família conseguiu ir para o abrigo com ajuda do transporte de soldados de um quartel, que ajudava as vítimas, levando-as da BR até os abrigos. “Umas 19h30 passou um e a gente conseguiu colocar nossa família, os cachorros”.
“Não vou voltar pra lá”, diz gaúcho
Christofer e a família estão muito assustados, além disso não pretendem voltar ao local onde moravam. “Quase certo que vou chegar em casa e não vou ter casa. O que eu e minha esposa estamos conversando é de não voltar pra lá. Tentar alugar alguma casa em algum outro lugar, um pouco mais alto, algo parecido. Tenho minha família toda que mora ali, mãe, quatro irmãs, que conseguiram sair dali. Estão bem, graças a Deus. Mas a ideia é não voltar. Não faço ideia de quanto tempo vou ficar. Vou esperar o tempo que for, porque aqui a gente tá seguro”, desabafa.
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