Ambientes bem arejados são fundamentais para prevenir a Covid-19

Publicado em 28 out 2020, às 11h00. Atualizado em: 27 out 2020 às 11h47.

Com as altas temperaturas registradas nas últimas semanas, estar em um ambiente com ar-condicionado é como encontrar um oásis em meio ao deserto. Só que este conforto pode esconder um perigo que se tornou conhecido de todo o mundo desde o começo de 2020: o novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Como este equipamento atua com mais eficiência onde portas e janelas estão fechadas, o patógeno causador da Covid-19 pode se disseminar com maior facilidade em ambientes assim. “A grande questão do ar-condicionado é que ele não permite a renovação do ar, o que, a depender do número de pessoas que ali está, nós temos um maior risco de transmissão, ainda mais se permanecerem por um longo período. É preciso termos bem claro que uma coisa é uma sala ou um quarto onde a pessoa fica sozinha, outra é o uso do ar-condicionado em um espaço compartilhado com outras pessoas. Se uma delas for assintomática ou estiver a alguns dias de ter sintomas da doença, há grande chance de transmiti-la aos demais, ainda mais se não estiverem usando máscara”, descreve o médico Fernando Pedrotti.

O médico observa que vários surtos de Covid-19 surgiram em ambientes com ar-condicionado. “Houve um trabalho de pesquisadores chineses no qual fizeram a análise de um paciente que veio a apresentar sintomas logo após ir a um restaurante e analisaram como foi a propagação do vírus entre as pessoas que estavam em mesas próximas. Era um lugar que tinha climatização central, com cinco andares e nenhuma abertura. A conclusão deste estudo é que esta e mais nove pessoas que estavam por perto acabaram infectadas”, relata.

Pedrotti pontua que a manutenção do aparelho é sempre importante, mas não o suficiente para impedir por completo a transmissão da Covid-19. “Claro que manter o equipamento limpo ajuda, mas não podemos esquecer que o novo coronavírus, por ser uma partícula microscópica, não fica retido no filtro do ar. Uma das poucas iniciativas que poderiam ser utilizadas para inativar estas células seria o uso de luz ultravioleta, recurso que se demonstrou inviável, sendo tentando até em aviões, mas sem sucesso”, observa. 

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