Pioneiro no país, Hospital Erastinho celebra resultados da terapia celular em pacientes com leucemia
A transformação de cuidados paliativos em zero vestígio de câncer, onde a esperança de vida se reacende. É exatamente isso que a terapia celular, também conhecida como Car-T Cell, tem proporcionado aos pacientes com leucemia.
O Hospital Erastinho, pioneiro no Sul do país e a primeira instituição oncopediátrica do Brasil a oferecer o tratamento, já celebra resultados notáveis. Capaz de elevar as chances de sobrevivência de zero para impressionantes 85%, a terapia é uma esperança que agora se torna realidade para pacientes que já não respondiam a outras opções de tratamento.
“O que há de melhor lá fora estamos conseguindo trazer aqui pra dentro do complexo do Hospital Erasto Gaertner. Como um centro de oncologia, não podíamos deixar de correr atrás, de trazer a terapia celular para o hospital”, observa a Dra. Antonella Zanette, Médica Responsável pelo Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Erastinho.
A apresentação e oficialização da terapia no Erastinho ocorreram há pouco mais de um ano, em março de 2022. O hospital foi o primeiro e único centro oncológico do Sul do país homologado pelo laboratório para atuar com essa técnica fora do caráter de pesquisa.
O hospital já tratou dois pacientes neste primeiro semestre de 2023 com essa abordagem inovadora e os resultados têm sido altamente satisfatórios. Após o procedimento, foi constatado que em ambos os casos o câncer regrediu para o estado de remissão, não sendo mais detectado nos exames. A condição de cura, segundo os protocolos, é declarada após cinco anos sem evidência da doença.
Voltando a sonhar
Caio Ferreira, aos nove anos de idade, teve sua vida transformada por um diagnóstico de leucemia. A sua jornada incluiu diversas sessões de tratamento, quimioterapia e até um transplante de medula óssea. No entanto, o procedimento que deveria encerrar a batalha contra a doença não foi suficiente. Um ano após o transplante, o tumor voltou, e a família enfrentou momentos de angústia.
A esperança ressurgiu quando Caio teve a oportunidade de receber o tratamento Car-T Cell no Erastinho, pioneiro no Sul do Brasil a oferecer essa terapia inovadora. De um paciente em estágio avançado da doença, ele passou a um caso de remissão, recuperando a qualidade de vida que antes parecia distante.
Responsável por acompanhar de perto toda a jornada, a Dra. Antonella descreve a transformação: “O Caio foi nosso primeiro paciente pediátrico no Brasil a receber a terapia celular, em janeiro deste ano. Após a infusão da terapia celular, a doença está em remissão, a medula negativa, o sistema nervoso central negativo, tudo maravilhoso”.
Após o tratamento, ele voltou a frequentar a escola e a conviver normalmente com a família e os amigos. Agora, pretende se tornar médico para poder ajudar outros pacientes que enfrentam desafios semelhantes. “Eu quero fazer medicina pra poder ajudar quem está passando pelo que eu já passei”.
Como o tratamento funciona
A terapia celular (Car-T Cell) é um processo que envolve a extração das células T (linfócitos) do paciente, que são enviadas para um laboratório nos Estados Unidos, onde passam por uma modificação genética. Após o procedimento, elas são reintroduzidas no organismo do paciente por meio da corrente sanguínea para identificar e combater o tumor.
Atualmente, o terceiro paciente do Erastinho habilitado ao tratamento já teve o material genético recolhido e aguarda a chegada da coleta para ter acesso à infusão.
O tratamento é indicado para pacientes pediátricos e adultos jovens até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B refratária ou em recidiva (recaída), bem como para adultos com linfoma difuso de grandes células B (LDGCB) recidivado ou refratário após duas ou mais tentativas de terapias sistêmicas.
“Diferentemente do transplante da medula óssea, o paciente não precisa estar com a doença em remissão. Ou seja, pode apresentar a doença ativa”, explica a Dra. Antonella.
Foi o caso do segundo paciente submetido à técnica no hospital há cerca de três meses. “Ele fez o procedimento e, um mês depois, um novo exame mostrou que estava completamente zerado (sem vestígios de células malignas)”, complementa o Dr. Johnny Camargo, Chefe do Serviço de Hematologia e TMO do Erasto Gaertner.
Conheça o Hospital Erasto Gaertner
A partir do mês de setembro, o RIC Notícias, na RICtv, exibirá uma série de reportagens com os bastidores e as principais novidades e conquistas do Hospital Erasto Gaertner. Confira todos os vídeos no canal da RICtv.