Produtos orgânicos e entregues na porta de casa podem custar 40% mais barato
“O produto orgânico é mais saudável, mas é muito caro. Não dá pra comprar sempre.” Essa frase já não é mais realidade para mais de 50 mil famílias brasileiras. Uma empresa de tecnologia de Curitiba conseguiu derrubar essa barreira e levar até a porta da casa destas pessoas produtos orgânicos até 40% mais baratos que em mercados tradicionais. E ainda, conseguiu resolver outros dois problemas: o desperdício de alimentos e a falta de compradores que o produtor rural enfrentava, que jogava fora a produção não vendida, porém perfeita para consumo.
Essa é a proposta da Mercado Diferente, que através de uma assinatura, oferece vegetais orgânicos frescos, entregues na porta das casas das famílias em cidades do estado de São Paulo e de Curitiba e São José dos Pinhais. Uma forma de levar um alimento mais saboroso e saudável à mesa, por preços muito mais acessíveis. É o melhor da alimentação saudável entregue na porta de casa.
“Quando a gente estava para fundar a Mercado Diferente, a gente viu que existia uma deficiência do mercado de orgânicos frescos. Porque quando se fala de orgânico, a primeira coisa que vem na cabeça do brasileiro é que é caro. Mas é caro por causa da ineficiência na cadeia. O produtor tem tantos intermediários para colocar produto no mercado que fica caro mesmo. A gente simplificou essa cadeia comprando direto do produtor toda a sua produção e entregando direto na porta da casa das pessoas. Não somos uma empresa do varejo. Somos uma empresa de tecnologia que resolve um problema alimentar da sociedade”, explica Paulo Monçores, co-fundador da Mercado Diferente, mostrando que a missão da empresa é mostrar ao brasileiro que é possível comer saudável por um preço acessível.
Não julgue pela casca!
Paulo ainda conta que 30% da produção de orgânicos é jogada fora porque as frutas, legumes e verduras cresceram em formatos ou tamanhos “diferentes” do que é considerado “adequado” para o varejo em geral. São considerados “diferentes”, por exemplo: o tomate muito pequeno ou que cresceu “torto”, a cenoura que tem “duas pernas”, a maçã que ficou muito pequena, apesar de já estar madura. O co-fundador da Mercado Diferente explica que os grandes varejistas não gostam de trabalhar com esses produtos de tamanhos diferentes porque é mais fácil arrumar e vender coisas padronizadas nas gôndolas, do mesmo tamanho e formato. São mais “aceitáveis” aos olhos do consumidor.
A falta de mercado para estes produtos “diferentes”, e que nem por isso possuem menos qualidades nutricionais, leva os agricultores a descartarem a produção que está fora do padrão estético. Um enorme desperdício de alimentos num país em que 20 milhões de pessoas ainda passam fome. “Vimos que a questão do desperdício alimentar é muito forte. Então pensamos. Será que a gente não pode comprar esse alimento mais barato e revendê-lo mais barato?”, explicou o co-fundador da Mercado Diferente, que adiciona às cestas dos assinantes tanto os produtos com formatos “normais”, quanto estes fora do padrão estético.
“E são produtos orgânicos, muito mais saborosos e saudáveis que os cultivados da forma tradicional. Não é só porque são menores e fora dos padrões estéticos que são ruins. Por isso lançamos a campanha ‘Não julgue pela casca’, para que as pessoas tenham consciência que estes alimentos têm o mesmo poder nutricional de um orgânico esteticamente normal. E que fique bem claro que não se trata de xepa! Pelo contrário, é um produto premium, que não entrou nos supermercados só por ser de tamanhos e formatos muito diferentes”, complementou Paulo.
Orgânicos na porta de casa
Para ter os produtos orgânicos na porta de casa, a Mercado Diferente funciona com uma assinatura. E a família escolhe qual é o tamanho da cesta que gostaria de receber (tamanhos P, M, G ou a cesta básica) e qual a periodicidade, se quer semanal ou quinzenal. Acima de R$ 85, o frete é grátis na primeira cesta.
Não é possível escolher o que vem nas cestas, pois a proposta é justamente fazer as pessoas variarem e experimentarem o máximo possível de alimentos orgânicos. No entanto, o assinante pode informar se há algo que ele não gosta. Este produto não será colocado na cesta. E quando chegar um produto diferente, que a família nunca experimentou, a Mercado Diferente manda instruções de conservação do alimento e receitas, com formas diferentes de consumí-lo e prepará-lo.
“A gente recebe comentários de assinantes de que aumentaram o paladar, o que a gente chama de densidade alimentar. Dizem que antes comiam só um alface e um tomate de salada, porque no supermercado não há uma oferta muito grande de orgânicos. Existem dois ou três produtos orgânicos e o restante é do convencional. Hoje a cesta desse assinante vem rúcula, catalônia, peixinho. As pessoas passaram a descobrir novos tipos de frutas e legumes que não estavam habituadas. Temos pacientes com câncer que precisam de alimentação saudável. Eles nos agradecem por ser algo que podem pagar”, orgulha-se Paulo.
Além dos vegetais orgânicos, ainda é possível adicionar à cesta outros produtos, como o ovo produzido por galinhas livres, o arroz e o cogumelo, entre muitos outros.
De 200 para 50 mil famílias
A Mercado Diferente iniciou as operações há dois anos. No primeiro mês, foram 200 famílias atendidas em São Paulo. Hoje, a empresa já impactou 50 mil famílias em Curitiba, São José dos Pinhais e em 53 cidades do estado de São Paulo. São seis mil pedidos entregues na semana, ou quase 25 mil pedidos no mês, em rotas programadas e otimizadas para minimizar a emissão de carbono. O faturamento do ano passado foi de R$ 23 milhões e a projeção para 2024 é triplicar o valor.
“Se você está em busca de uma alimentação mais saudável a um preço justo, a Mercado Diferente é o que você precisa para sua compra semanal”, finaliza Paulo.