Utilizada pelo Hospital Erasto Gaertner, imunoterapia está redefinindo a luta contra o câncer no país
A imunoterapia, tratamento que utiliza o próprio sistema imunológico do paciente para combater o câncer, tem sido um dos maiores avanços na medicina oncológica nos últimos anos. Em vez de atacar diretamente as células malignas, o procedimento terapêutico estimula o sistema imunológico para reconhecer e combater o tumor.
Nos últimos anos, o Hospital Erasto Gaertner protagonizou um aumento na taxa de sobrevida global dos pacientes, de 49% na década de 90, para mais de 69% nos últimos anos. A taxa é uma média de todos os casos de câncer na instituição, em todos os estádios da doença, que vai do 1 ao 4. Sendo o primeiro um câncer ainda pequeno e menos agressivo, e o último, casos mais graves. Nos casos mais leves, a sobrevida no hospital é mais de 90%. Esse movimento representa a evolução na medicina e a eficácia dos tratamentos modernos.
A utilização deste procedimento terapêutico pelo hospital curitibano está alinhada com as últimas tendências da área. A abordagem foi reconhecida com o Prêmio Nobel da Medicina em 2018, quando os imunologistas James P. Allison e Tasuku Honjo descobriram que o sistema imunológico poderia ser utilizado no combate às células cancerígenas.
Como funciona a imunoterapia
“A imunoterapia é uma forma de conseguirmos ativar o sistema imune do paciente. A ideia é que você aplique uma medicação injetável, ativando os linfócitos, que são as nossas células de defesa. Através dessa ativação, o organismo do paciente combate as células que estão doentes”, explica o Dr. Gustavo Vasili, médico oncologista do Hospital Erasto Gaertner.
Neste contexto, a imunoterapia oferece dois benefícios principais no tratamento do câncer. A primeira é uma considerável redução dos efeitos colaterais, proporcionando maior conforto aos pacientes. Além disso, também representa uma nova alternativa para pacientes em estágios mais graves da doença.
A utilização da terapia tem como foco principal duas situações delicadas: pacientes que enfrentam melanoma, uma das formas mais graves de câncer de pele, e também para os diagnósticos de tumores no pulmão, quadro consideravelmente comum na população brasileira. No entanto, sua utilização pode ser considerada em outros casos oncológicos, desde que haja uma avaliação criteriosa por parte da equipe médica.
Em meio às alternativas terapêuticas, a importância da pesquisa e do acesso a medicamentos se mostram cada vez mais essenciais. A busca constante por avanços médicos impulsiona o aprimoramento diário dos tratamentos oncológicos. “Nós temos um centro de pesquisa dentro do Erasto, então geralmente temos contato com medicamentos novos antes deles serem comercializados no Brasil”, observa Vasili.
Potencial terapêutico
Após um diagnóstico de melanoma em 2014, Rubens Goldbach, ex-paciente do Erasto Gaertner, passou por vários tratamentos, incluindo quimioterapia, sem sucesso. Após iniciar os ciclos da imunoterapia em 2018, a mudança foi imediata. “Pelo estado que eu estava, foi uma surpresa. Hoje tenho uma vida totalmente normal. […] Me sinto totalmente curado, graças a Deus. Me sinto bem”, afirma.
O caso de Rubens exemplifica o potencial terapêutico da imunoterapia, que, após ser finalizada, muitas vezes é suficiente para que o paciente apresente um quadro de remissão completa. O período de tratamento, em geral, é de 24 meses e tem recebido elogios dos especialistas da área.
“É possível que os pacientes que estão recebendo imunoterapia e que apresentam uma resposta muito boa, possam viver muito tempo com uma remissão completa do tumor”, conclui Vasili.
Conheça o Hospital Erasto Gaertner
A partir do mês de setembro, o RIC Notícias, na RICtv, exibirá uma série de reportagens com os bastidores e as principais novidades e conquistas do Hospital Erasto Gaertner. Confira todos os vídeos no canal da RICtv.