Jack Dorsey busca criptografia e fintech dos sonhos após deixar Twitter
Por Krystal Hu e Sheila Dang e Elizabeth Culliford
(Reuters) – Em uma conferência lotada em Miami em junho, Jack Dorsey, refletiu na frente de milhares de participantes sobre onde estava sua verdadeira paixão: “Se eu não estivesse na Square ou no Twitter, estaria trabalhando com bitcoin.”
Na segunda-feira, Dorsey anunciou que deixará o Twitter pela segunda vez, passando a posição de presidente-executivo a um veterano da empresa. O empresário de 45 anos, cujos interesses vão de meditação a ioga e design de moda, planeja seguir sua paixão, que inclui se concentrar em administrar a Square e fazer mais trabalhos filantrópicos, segundo uma fonte familiarizada com o assunto.
Subjacente à visão mais ampla de Dorsey está o princípio da “descentralização” ou a ideia de que a tecnologia e as finanças não devem ser concentradas entre um punhado de guardiões, mas devem ser dirigidos pelas mãos de muitos.
Essa ideia também serviu de base para indicar o novo chefe da empresa, Parag Agrawal – para supervisionar uma equipe que tenta montar um protocolo de mídia social descentralizado, o que permitirá que diferentes plataformas sociais se conectem umas as outras, semelhante à forma como os provedores de e-mail operam.
O projeto chamado Bluesky terá como objetivo permitir o controle dos usuários sobre os tipos de conteúdo assistidos online, removendo a carga sobre empresas, como o Twitter, para impor uma política global de combate ao abuso ou informações enganosas, disse Dorsey em 2019 quando anunciou o projeto.
Em agosto, a Square criou uma nova unidade de negócios chamada TBD para se concentrar em bitcoin. A empresa também está planejando construir uma carteira de hardware para bitcoin, um sistema de mineração e de trocas descentralizadas.
“A plataforma de blockchain que eles estão tentando desenvolver é ótima, mas também repleta de desafios técnicos e difícil de escalar para os consumidores. Acho que ele se concentrará mais na Square e a criptografia fará parte disso”, disse Christopher Brendler, analista da DA Davidson.