As iniciativas da Itaipu Binacional e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI) no desenvolvimento de tecnologias que impulsionam a transição energética foram um dos temas abordados por especialistas do setor de energia durante o painel “Transição Energética e Oportunidades de Investimento no Brasil”, realizado nesta quarta-feira (30). O debate, moderado pelo diretor de Negócios e Inovação do PTI, Rodrigo Régis, fez parte da programação de eventos paralelos organizados pela Itaipu durante a Expo 2020 Dubai.
Sob as diretrizes e a orientação do Governo Federal, a Itaipu investe e incentiva o desenvolvimento de diversas fontes renováveis de geração de energia, por meio do PTI: o hidrogênio, a geração solar e o biogás. Além disso, a binacional investe em projeto piloto de microrredes elétricas em área rural; pesquisas para desenvolvimento de baterias de sódio e do primeiro ônibus híbrido (elétrico – etanol) do mundo, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação.
O debate foi aberto pelo diretor-geral brasileiro da Itaipu, almirante Anatalicio Risden Junior, que apresentou um panorama da situação brasileira em relação às energias renováveis e enfocando o pioneirismo do país, que iniciou o processo de transição energética ainda na década de 1970.
“O Brasil tem a matriz energética mais limpa dentre as grandes economias do mundo. Segundo os dados da Empresa de Pesquisa Energética, mais de 47% de sua matriz é proveniente de fontes renováveis, contra 14% da média mundial”,
lembrou o diretor.
A transição energética é um movimento motivado pela descarbonização, com foco na sustentabilidade e cumprimento das metas da Agenda 2030. Além disso, baseia-se na descentralização da geração de energia e na digitalização, com novas tecnologias se tornando parte do setor elétrico, como redes inteligentes, internet das coisas, big data, entre outras. Para os painelistas, o Brasil está em uma posição bastante vantajosa em relação a esse processo.
“O Brasil é um ponto de referência em transição energética, porque além de recursos naturais, aqui o investidor encontra mercado, segurança jurídica, recursos humanos e, em especial, pesquisa e desenvolvimento, o que permite diversificar o portfólio e ampliar o investimento no país”, avaliou Alessandro Amadio, representante da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial).
“O Brasil oferece não só um imenso mercado interno, como também a possibilidade de exportar energia para outros mercados”, completou José Carlos Aleluia, conselheiro da Itaipu. “A crise da covid-19 expôs a fragilidade energética de países robustos e mostrou que o Brasil tem uma boa base, principalmente por contar com a Itaipu, uma usina que, mais do que produzir energia, produz segurança, garantindo o fornecimento em caso de picos de demanda”, disse.
Diversificação e oportunidades
“Desenvolver e colocar no mercado novas fontes e novas tecnologias para manter a disponibilidade do sistema é um diferencial para o Brasil e permite uma inserção competitiva do país no segmento de baixo carbono”, afirmou Giovani Machado, diretor da EPE (Empresa de Pesquisa Energética). “E não vemos apenas a substituição de empresas existentes por outras, mas sim uma diversificação, como empresas de óleo e gás que passam a investir em energia solar, por exemplo”.
Como investidor, o CEO da Alexandria Energia Solar, Alexandre Brandão, colaborou com o debate trazendo uma visão de mercado e reforçou o interesse cada vez maior de empresas estrangeiras em investir no setor elétrico brasileiro. “Somos um país resiliente, com um mercado interno sólido, infraestrutura e muita oportunidade. Além disso, temos um desenvolvimento tecnológico de alto nível, muito puxado pela própria Itaipu e o PTI, que facilita as operações, reduz custos e permite melhoria na gestão”, disse.