Buraco do Padre: passeio sem sacrifício no Paraná

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por Gislene Bastos
Publicado em 11 jul 2020, às 09h37. Atualizado às 11h45.

Os dias não estão para viagens, mas isso não impede se você já ir colocando no calendário alguns desejos de destinos futuros, certo? No pós-pandemia do coronavírus a tendência do setor turístico aponta para passeios curtos, perto de casa, para lugares onde é possível chegar de carro e sem muito risco. Então, seguindo o que é bem provável ocorrer nos próximos meses, compartilho aqui alguns roteiros que podemos fazer na região Sul.

Natureza exuberante

Um som diferente. A queda d’água aflora em meio a rocha. O presente é só pra quem se atreve a ir até o Buraco do Padre, ponto turístico dos Campos Gerais no Paraná, no Sul do Brasil. O portão de acesso fica a 24 Km do centro da cidade de Ponta Grossa, no distrito de Itaiacoca. Entrando no parque o visitante percorre mais um quilômetro de carro e outro a pé. E falo “quem se atreve” porque apesar do trajeto relativamente fácil, poucas pessoas conhecem o lugar.

Trata-se de uma furna com acesso pela base, e com parte do percurso podendo ser feito por dentro do rio Quebra Perna, rio acima. O nome já diz muito! O leito é cheio de pedras que, em dias de volume baixo, vão definindo o caminho. Mas é preciso muita atenção pra não escorregar. Minha visita foi tranquila. Tinha até um pai com um bebezinho de dois meses caminhando hora por cima das pedras, hora pelo fundo arenoso mesmo.

Geografia e lendas


O cruzamento de falhas geológicas e fraturas que cortam as rochas de arenito em combinação com a circulação de águas superficiais, carregadas de matéria orgânica, dão origem às estruturas conhecidas como furnas. Nas proximidades do Buraco do Padre há muitas outras, porém não tão famosas ou com acesso liberado. Além de ideal pra banho e contemplação, o parque também é opção para a prática de escalada e rapel.

A queda d’água tem 30 metros. O jato é intenso e surge entre as rochas. A altura das paredes e o formato em círculo da furna oferecem uma acústica impressionante aos sons no interior. A luz é outro atrativo. Mesmo em dias de sol forte, a iluminação chega sempre filtrada ou refletida. Uma atmosfera de sonho! Talvez por isso o local tem sido procurado também para meditação. E não é de hoje! Acredita-se que os padres jesuítas, antigos donos das terras aqui, passavam horas e horas a orar na base da cachoeira. O nome “buraco do padre” foi dado por caboclos e tropeiros que moravam ou passavam por ali e sempre avistavam os religiosos em prática contemplativa. Impossível não se impressionar! Olha aí gravação…