Essa porra mata

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por Gislene Bastos
Publicado em 27 nov 2020, às 21h39. Atualizado às 21h43.

Essa porra mata… Mas parecia ter melhorado! E a gente passou a sair de casa mais relaxado, respeitando os cuidados de distanciamento social e lembrando do usar máscara, lavar as mãos com frequência, passar álcool em gel.

Era um respiro. E todos merecíamos. Quem pode ficar em casa por algum tempo, quem seguiu trabalhando sem alívio… A pandemia então, no início da primavera, nos devolvia o ar roubado pelo coronavirus

Agravamento no quadro de atendimento motiva novos fechamentos

Parecia ter melhorado! Mas nas últimas semanas temos visto números novamente em alta. O governo de Santa Catarina divulgou na quinta um mapa praticamente vermelho inteiro, com a grande maioria das regiões em situação gravíssima por causa dos muitos casos de covid19. Depois, veio a administração de Curitiba com o decreto de “bandeira laranja” em grau 2, o que, entre outras medidas, elevou as restrições de funcionamento do comércio e fechou bares, casas noturnas e de festas. Das cidades de São Pailo e Rio de Janeiro também chegam informações do crescimetno de uma tendência ruim no combate ao coronavírus entre a população.

Se os números de taxa de transmissão, mortes, pessoas recuperadas nos soam como “paisagem”, certo é que o vírus não virou natureza morta.

Nas últimas semanas, no meio familiar, também vi a covid19 chegar perto demais. Sobrinhos, tios, primos… Exames positivos, internações, UTI e a confirmação de que alguém que gostamos precisou ser entubado. A notícia tão arrasadora há alguns meses, agora nos pega anestesiados quase. Uns minutos a mais e entendemos o significado de cada palavra – ou silêncio.

pandemia não foi embora como gostaríamos. E a aparente normalidade nos passa uma rasteira. Engasga pra valer. Se os números de taxa de transmissão, mortes, pessoas recuperadas nos soam como “paisagem”, certo é que o vírus não virou natureza morta.

Pandemia longa cansa. Mas “essa porra mata”

A doenca vai chegando silenciosa e mostra sua face mais grave quando menos esperamos… Agradeço não ter perdido pessoas queridas. E me solidarizo com milhares de famílias que passam por essa dor. Vidas perdidas. Vidas que poderíamos ter poupado…

Tá cansativo seguir com tantos cuidados e com essa rotina de restrições. Está SIM! Queremos poder sair sem sentir medo das pessoas que encontramos na calçada ou de quem se aproxima na fila do caixa do mercado… Queremos sentar no banco da praça e contemplar a vida com leveza, passear na ciclovia e cumprimentar o vizinho com um sorriso, correr na praia a todo fôlego! Sem essa barreira que afasta amores, separa a felicidade, amplia a desconfiança – mas também nos protege e nos lembra da nossa finitude e fragilidade.

É mais forte quem se coloca vulnerável. Acredite. “Essa porra mata” como o publicitário Nizan Guanaes afirma na sambinha de um vídeo editado pelo pessoal do Eleja-se . Manter-se com saúde está mesmo nas nossas mãos. Porque essa porra mata.