Governo retoma projeto para regulamentar ecoturismo em Unidades de Conservação

por Redação RIC.com.br
com informações da AEN
Publicado em 22 mar 2022, às 15h56.

O Governo do Paraná, em parceria com o Sebrae-PR, retomou o projeto Paraná Aventura. A ação é desenvolvida pelo Instituto Água e Terra (IAT), por meio do Parques Paraná – que contempla diversas ações de uso sustentável dos espaços naturais do Estado. O IAT é vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo.

Lançado em novembro de 2019, o Paraná Aventura foi paralisado devido à pandemia do novo coronavírus. O objetivo do projeto é promover a segurança de quem pratica atividades de aventura nas Unidades de Conservação (UCs), através de capacitação e regulamentação. A retomada foi oficialmente confirmada em solenidade nesta segunda-feira (21), na Ópera do Arame, em Curitiba.

O secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, explicou que muitos espaços com potencial de exploração do turismo ligado à natureza não são utilizados devido a impedimentos pelo poder público. “O Paraná Aventura entra na proposta que pensamos para a pasta ambiental do Estado, que é a promoção do turismo responsável, pelo qual quem usa, cuida. Nosso intuito é fazer com que as pessoas utilizem os espaços naturais com consciência e cuidado”, destacou.

As linhas de atuação do Paraná Aventura são o desenvolvimento de um plano de gestão de segurança para o ecoturismo e turismo, qualificação de empresas de esporte e turismo e adequação das legislações vigentes. O projeto é desenvolvido em parceria pelo Instituto Água e Terra, Paraná Turismo, Sebrae-PR e Sistema Sesc/Senac.

“Essa integração tem mostrado muitos resultados que se traduzem na geração de emprego, impostos e qualidade de vida para a população. É a conexão do patrimônio natural do Estado com o turismo”,

apontou o diretor-presidente do IAT, Everton Souza.

De acordo com o presidente do Sebrae-PR, Vitor Tioqueta, a instituição vai subsidiar 70% do custo das capacitações dos empresários que atuam em pontos turísticos e destinos. “O objetivo é preparar as empresas e responsáveis por destinos turísticos que recebem os visitantes, para que esse momento seja prazeroso e sem incidentes ou acidentes ambientais”, disse. Ele ressaltou, ainda, a importância do respeito às normas e legislações ambientais da atividade, a fim de evitar acidentes.

O diretor de Políticas Ambientais da Sedest, Rafael Andreguetto, apresentou três portarias do IAT lançadas neste ano. A Portaria nº 029/2022, que regulamenta do cadastramento de empresas prestadoras de serviços de atividades de turismo de aventura e ecoturismo nas unidades de conservação estaduais; a Portaria nº 051/2022, que define o cadastramento e autorização de profissionais condutores de visitantes em unidades de conservação estaduais, e a Portaria nº 071/2022, que define normas para utilização de motorhomes em unidades de conservação estaduais.

RETOMADA – A retomada do Paraná Aventura vem ao encontro do que aponta pesquisa do Sebrae sobre a busca dos paranaenses por turismo pós-pandemia. Ela destaca que a procura por turismo em ambientes naturais cresceu 50% neste ano, em comparação com o período antes da Covid-19.

“Mapeamos 270 atrativos neste ramo e 200 empresas que vivem do turismo de aventura no Estado. É o terceiro maior segmento do Paraná em volume de atrativos e a ativação do Paraná Aventura faz muito sentido nesse momento onde as pessoas voltaram da pandemia buscando um contato maior com a natureza”, destacou a coordenadora estadual de turismo do Sebrae-PR, Patrícia Albanez.

De acordo com ela, as oportunidades de negócio neste ano estão nas Unidades de Conservação. “Quando o Estado regulamenta a exploração desses espaços dentro de um atrativo, que é o turismo de aventura, fechamos um elo muito importante para gerar economia, experiência e mais segurança para os visitantes”, completou a coordenadora.

MAIS PARCERIAS – Na solenidade do Paraná Aventura, o Governo do Estado também formalizou o Acordo de Cooperação com o Corpo de Socorro em Montanha (Cosmo), para a prevenção de acidentes e resgate de vítimas no Parque Estadual Marumbi; e os convênios de gestão compartilhada dos Parques Estaduais Vitório Piassa e Vale do Codó, em Pato Branco e Jaguariaíva.

“Parcerias com as instituições, seja na capacitação ou no atendimento a acidentes, como a gestão compartilhada e a atuação do Cosmo, são fundamentais para que tenhamos cada vez mais destinos de contemplação da natureza, aventura e ecoturismo com segurança”,

destacou Andreguetto ao afirmar que somente neste ano foram registrados três acidentes em Unidades de Conservação da região de Guarapuava.

A gestão compartilhada de Unidades de Conservação, através de delegação de uso ativo, garante a administração e a conservação do meio ambiente. Atualmente, sete UCs estaduais têm instrumentos de delegações de usos ativos. O Parque Vila Velha tem contrato de concessão com a empresa Soul Parques.

Já os outros seis parques possuem contrato de gestão compartilhada, sendo: o Parque Estadual Marumbi com a Cosmo; a Floresta Estadual Metropolitana com o Instituto Ângelo Kretã; o Monumento Natural Salto São João com o município de Prudentópolis; o Parque Estadual Vitório Piassa com a prefeitura de Pato Branco; o Parque Estadual Vale do Codó com a prefeitura de Jaguariaíva; e o Parque Estadual João Paulo II com o município de Curitiba.