Cartórios paranaenses registram o segundo janeiro mais 'mortal' da série histórica

Publicado em 16 fev 2022, às 17h54. Atualizado às 17h55.

O mês de janeiro de 2022 marcou um avanço dos casos causados pela variante ômicron no Paraná. Com isto, o número de óbitos registrados foi o segundo maior da série histórica, desde 2003. E as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) aumentaram mais de 77%, em comparação ao mesmo mês de 2021.

Os Cartórios de Registro Civil paranaenses registraram 7.451 óbitos no estado em janeiro de 2022, enquanto em janeiro de 2021 houveram 7.782 mortes, um recuo de 4,2% no total de falecimentos.

Já na comparação com 2020, o Paraná registrou um aumento de 28% em relação a janeiro daquele ano, que totalizou 6.063 óbitos, ainda antes do início da pandemia no país. Já as mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) passaram de 27, em janeiro de 2021, para 48 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram cinco mortes pela doença.

Registro

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/BR), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 cartórios de registro civil do país que estão presentes em todos os 5.570 municípios brasileiros. Os dados ainda são cruzados com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que utilizam como base os dados dos próprios cartórios brasileiros.

Doenças do coração

Outro dado observado pelos números de óbitos registrados pelos cartórios paranaenses está relacionado ao crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (29%), Causas Cardiovasculares Inespecíficas (17%) e Infarto (3%). Também registraram crescimento as mortes por pneumonia (47%) e septicemia (13%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 65% no período.

Mortes violentas cresceram

Apesar de o total de mortes em janeiro de 2022 no Paraná terem diminuído 4%, e do total de falecimentos por causas naturais também caírem 9%, as mortes por causas violentas – aquelas em razão de homicídios, acidentes de veículos, suicídio, entre outras – aumentaram 75%. Isso mostra que a diminuição do isolamento eleva os índices de óbitos em razão de acidentes e crimes.

Essa estatística inicial de 2022 ainda pode aumentar, assim como a variação da média anual e do período, uma vez que os cartórios tem um prazo de até 15 dias para lançar um registro no Portal da Transparência, a partir da data do óbito. Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela Covid-19.

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