'Ela é a planta medicinal, ponto', diz farmacêutica ao podcast A Planta que Cura
O episódio “O desafio do acesso & produção”, quarto do podcast A Planta que Cura, da Ric Podcasts, traz como convidadoa Claudette Oliveira, farmacêutica e representante da AEPI – uma associação que planta, manipula, transporta e pesquisa o extrato de cannabis. Outra convidada é Maria Aparecida de Carvalho, mais conhecida como “Cidinha”, que trata sua filha, Clara, diagnosticada com Síndrome de Dravet (doença genética, conhecida também como epilepsia mioclónica grave da infância), com canabidiol. Cidinha viu os convulsões da filha diminuírem em 80% depois do tratamento.
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Segundo Cidinha, sua vida e a de sua família mudaram completamente após o uso da cannabis. Com oito meses, Clara já havia tido 600 crises de epilepsia. Sempre era preciso ter atenção, pois a garota corria riscos de convulsionar e ter paradas respiratórias a qualquer momento.
“A primeira crise que ela teve foi duas horas da manhã, eu não sabia que aquilo era uma crise convulsiva, nós corremos para o hospital, pois a boca dela estava ficando roxa. Chegando lá, a Clara teve uma parada cardiorrespiratória”, relata a mãe, dizendo que tinha medo de perdê-la por não ter nenhum recurso em casa, e que a filha passou por várias internações.
Desesperada, Cidinha começou a procurar soluções na internet, até que se deparou com o caso da Charlotte Figi, em 2013 – uma garota americana diagnosticada com a mesma síndrome e que utilizou o óleo de canabidiol como tratamento das convulsões. Após isso, ela começou ir atrás de médicos americanos através de e-mails para saber a veracidade do tratamento. Até que uma doutora da Califórnia confirmou o método através de artigos científicos.
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As primeiras aquisições da maconha para o tratamento de sua filha, segundo Cidinha, eram ilegais. Após anos, conseguiu o Habeas Corpus para adquirir a planta de forma correta. “No comecinho de 2014, a primeira dose que dei para ela, ficou sem convulsionar por 11 anos. Hoje, faz oito anos que minha filha usa o óleo e que não sei mais o que é pronto-socorro, por causa de epilepsia”, disse a mãe. Segundo ela, o que mata é a proibição da planta.
De acordo com a farmacêutica, a cannabis é, sim, uma planta medicinal e que traz cura. “É a planta que dá alívio, pode ser profilática, uma pomada, um cosmético, uma fibra, até um capô de carro (brinca). Não dá para colocar adjetivos”, diz Claudette.
Saiba mais detalhes sobre o tratamento de Geovana e o conhecimento da representante da AEPI, Claudette Oliveira, ouvindo o podcast A Planta que Cura, disponível em plataformas digitais como o Spotify e o Youtube e também pode ser acessado pelo portal RIC Mais.
Apresentado pelo jornalista Guilherme Rivaroli, o podcast é dividido em seis episódios e aborda os tabus e preconceitos ligados à legalização da cannabis, planta que promete auxiliar no combate à diversas enfermidades e agitar o mercado farmacêutico no Brasil. A produção inédita estreou no dia 11 de agosto.