"Ninguém vai ficar desassistido", afirma secretário de saúde sobre fechamento do Hospital do Coração
Durante visita na cidade de Cascavel, no Oeste do Paraná, na tarde de terça-feira (14), para assinatura da licitação da Ala Materno Infantil e a inauguração do serviço de hemodinâmica do HUOP, o secretário de saúde do Paraná, César Neves, foi questionado sobre o fechamento do Hospital do Coração, determinado pela justiça. Neves, foi incisivo e disse que o Estado tem planos de contingência.
“Nós temos planos de contingência para que ninguém fique desamparado ou desassistido.”
César Neves – secretário de Saúde
Diante da falta de leitos que assola o Sistema Único de Saúde, a determinação da justiça em fechar o Hospital do Coração deixa a 10ª Regional de Saúde em alerta, já que a instituição tem 43 leitos utilizados pelo SUS. Além disso, atualmente a instituição é referência em procedimentos cardiológicos, de ortopedia de alta complexidade e transplante renal.
Ao ser questionado se esse fechamento afetaria outras regionais de saúde do Estado, o secretário informou que o sistema é único e ninguém vai ficar desassistido.
“Sempre que acontece algo dessa natureza, vamos ter que fazer uma dose de sacrifício, de outros aparelhos de saúde, nós somos um sistema único de saúde e que tem que conversar, tem que interagir e tem que se ajudar, quando nós formos notificados, já temos um plano de contingência.”
César Neves – secretário de Saúde
Hospital do Coração
Segundo a determinação da justiça, o prédio deve ser desocupado em quatro meses e 15 dias e caso não seja cumprida a liminar, a multa cobrada é de R$ 30 mil por dia.
O fechamento da unidade deve ser gradativa, no entanto, dentro de três meses, novos internamentos não podem mais ser feitos. No último mês de funcionamento, os pacientes internados devem ser transferidos e na sequência, nos últimos 15 dias, o local deve ser totalmente desocupado com a retirada de equipamentos e móveis.
O impasse com a direção do hospital e os proprietários do prédio é antigo. O contrato de locação existe desde 2012.
Em 2017, os donos alegaram inadimplência no pagamento, e de lá pra cá, outras movimentações levaram a uma disputa judicial.
O problema seria resolvido de outra forma: uma nova empresa de saúde assumiria o aluguel e os serviços prestados, mas a empresa desistiu porque teria que assumir também a dívida deixada pelo hospital do coração, que ultrapassa 10 milhões de reais. O resultado é o fechamento do hospital sem um substituto.
Em nota, o Hospital do Coração, afirma que está tomando as medidas necessárias e que deve entrar com recurso na justiça.