No mês de combate às hepatites virais, especialistas fazem alerta à população

por Ananda Oliveira

Publicado em 8 jul 2022, às 06h00. Atualizado em: 7 jul 2022 às 20h32.

Julho amarelo é o mês de combate às hepatites virais (Foto: reprodução/Freepik)

O mês de julho é destinado para a ação do “Julho Amarelo”, um incentivo para a população ficar em alerta sobre as hepatites virais, doenças associadas à cirrose e ao câncer no fígado. A doença é causada por vírus ou pelo uso de alguns medicamentos, álcool e outras drogas, assim como doenças autoimunes, metabólicas ou genéticas.

Os sintomas mais comuns são: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Mas na maioria dos casos, as infecções não apresentam sintomas.

“Em grande parte dos casos, as hepatites virais são doenças silenciosas que não apresentam sintomas e, quando os sinais aparecem, a doença já está em estágio avançado ou quando o paciente apresenta cirrose ou hepatocarcinoma”
alerta a hepatologista do CIGEHP – Centro de Gastroenterologia e Hepatologia, localizado no Hospital Nossa Senhora das Graças, Daphne Morsoletto.

Existem cinco tipos de hepatite, as infecções mais comuns são causadas pelos vírus A, B e C. A infecção causada pelo vírus D ocorre com menor frequência, e as causadas pelo vírus E não são muito comuns no Brasil.

As infecções atingem aproximadamente 1,4 milhões de mortes anualmente no mundo todo. A taxa de mortalidade da hepatite C chega a ser comparada às do HIV e da tuberculose. As infecções causadas pelos vírus A e E tem transmissão oral-focal, portanto, a qualidade da água, saneamento básico e boas práticas de higiene na manipulação de alimentos previnem a doença. As infecções dos vírus B e C têm transmissão sexual e sanguínea, geralmente elas são silenciosas e acabam sendo descobertas quando a doença já está muito evoluída, com cirrose ou até mesmo câncer de fígado. A hepatite D depende da presença do vírus da B para que ocorra a infecção, pois ele é incompleto e precisa dos antígenos que compõem o vírus B para se replicar.

“Por isso é muito importante que – pelo menos uma vez na vida – as pessoas façam o teste para saber se já tiveram ou têm hepatite C ou B”
alerta Cláudia.

Os testes rápidos detectam as infecções causadas pelos vírus B e C, e estão sempre disponíveis para a população no SUS. Ainda que a hepatite B não tenha cura, a vacina contra essa infecção é ofertada gratuitamente pelo SUS, nas Unidades Básicas de Saúde.

Como prevenir

Use preservativos em todas as relações sexuais.
Não compartilhe objetos de uso pessoal, tais como agulhas, alicates de unha e lâminas de barbear.
Exija sempre materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e piercing, consultórios médicos, odontológicos, manicures, etc.
Lave as mãos (incluindo após usar o banheiro, trocar fraldas e antes do preparo de alimentos).
Lave bem os alimentos antes do consumo.
Vacine-se contra as hepatites A e B.