Paraná declara epidemia de H3N2 e confirma 1º caso de Ômicron
Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (12) em Curitiba, o secretário do Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou que o Paraná está declarando situação de epidemia de H3N2. Ainda, confirmou o primeiro caso da variante Ômicron da Covid-19 foi detectado no Estado, em um morador de Curitiba, na capital, de 24 anos.
Conforme Beto Preto, até o momento 805 paranaenses foram diagnosticados com a nova variante da Influenza, mas a estimativa é de que esse número seja ainda maior devido a uma possível defasagem na testagem da população. A transmissão já é considerada comunitária e a expectativa é de que os casos tenham uma alta nos próximos dias.
“Nós estamos, neste momento, declarando epidemia de H3N2 no nosso Estado. Eu acho que esse é o assunto de maior importância, nós temos, na data de ontem, 832 casos de H3N2 que foram detectados, 805 paranaenses, 27 são visitantes, 144 municípios esses diagnósticos, todos eles na Rede Sentinela. A Rede Sentinela é realizada de forma perene e consegue detectar situações de risco no Estado do Paraná”,
disse Beto Preto.
Ao todo, são 12 mortes confirmadas por H3N2 no Paraná, em nove municípios. São dois casos em Curitiba, Londrina e Paranaguá, e um caso em cada uma das cidades: Arapongas, Foz do Iguaçu, Mandaguaçu, Maringá, Marumbi e Japira. Os pacientes que vieram a óbito são seis homens e seis mulheres, com idades de 44 a 83 anos. O levantamento é referente ao período de 11 de dezembro de 2021 a 10 de janeiro de 2022.
Ômicron
Ainda, Beto Preto confirmou o primeiro caso de Ômicron no Paraná. A variante foi detectada em um jovem de 24 anos, morador de Curitiba, que já havia tomado duas doses da vacina contra a Covid-19. O paciente já tinha tido a doença em junho de 2021 e, em dezembro, apresentou sintomas novamente, a partir do dia 14. No dia 18 de dezembro, o jovem fez a coleta para o exame RT-PCR, e o material foi encaminhado para o sequenciamento no Rio de Janeiro.
Na manhã desta quarta-feira, a Fiocruz enviou o resultado da análise e a confirmação de que o caso se tratou de Ômicron.
“A variante Ômicron é cerca de 2 ou 3 vezes mais transmissível que a Delta, muito semelhante ao vírus do sarampo. Mas aparentemente menos grave que outras ondas, sobretudo por conta da grande cobertura vacinal no Paraná. É importante frisar que os quadros têm sido leves, mas temos paranaenses que não tomaram nenhuma dose da vacina e ainda não retornaram para a dose de reforço”, disse o secretário de Saúde, Beto Preto. “Se não houver a vacinação, que está disponível nas unidades de saúde, casos mais graves vão acontecer”,
alertou o secretário.
Segundo a Secretaria de Saúde, já existe transmissão comunitária da variante Ômicron no Paraná. Os dados podem ser constatados pela evolução de casos em janeiro. Somente nos primeiros onze dias, foram identificados 40.164 infectados. Como comparativo, em dezembro, o total foi de 9.165.
O número de casos se assemelha a janeiro de 2021, no início da vacinação, que registou 44.174 casos. A média móvel dos casos teve um salto de 1.914,5% em relação aos 14 dias anteriores, na casa de 4.175 por dia.
Até o momento, não há previsão de novas medidas restritivas para conter o avanço dos casos, mas Beto Preto fez um apelo à população para que adote os cuidados preventivos, a fim de evitar a transmissão desenfreada.
“Todas as medidas estão no nosso radar, mas nesse momento qualquer tipo de aglomeração fora do comum deve ser evitada. Precisamos retomar os cuidados, caso contrário vamos ver nossos hospitais apresentarem grande lotação nos próximos dias”,
complementou Beto Preto.
Beto Preto ainda alertou que, devido ao alto número de infectados, tanto pela Covid-19, com a variante Ômicron, quanto pela H3N2 – que atualmente está atingindo a todos, indiscriminadamente – alguns serviços podem ficar defasados de recursos humanos, como já tem acontecido no ramo da aviação. “Na área da saúde não vai ser diferente. O número de cidadãos que trabalha na área da saúde é muito grande, eles também vão adoecer, e por isso é necessário voltar a fazer este alerta”, explicou.