Surto de fake news: entenda as reais diferenças entre exames de Covid e Influenza
Desde o início da pandemia, informações distorcidas têm circulado pela internet sobre a Covid-19. Recentemente, muitas pessoas passaram a questionar sobre a eficácia dos exames que detectam o novo coronovírus e/ou outras doenças virais, como a Influenza A e B.
De acordo com as “fake news” compartilhadas, os exames que tem atestado positivo para Covid-19, na realidade, não são capazes de identificar se realmente se trata da doença. Ou seja, segundo os boatos, o resultado é manipulado, pois o paciente pode estar com H1N1 ou H3N2 e sendo tratado como um paciente da Covid.
- Leia também: Em menos de 2 semanas, Curitiba registra aumento de 700% em número de casos de Covid-19
Entretanto, a infectologista do Hospital São Vicente, localizado em Curitiba, Thatiane Nakadomari explica que tais especulações não passam de rumores. Isso porque, segundo a especialista, primeiramente, os vírus pertencem a famílias diferentes e, consequentemente, os exames detectam exatamente tais diferenças.
“Você tem a disposição os exames de antígeno, os chamados testes rápidos, que faz pelo nariz. Neles, há uma plaquinha que identifica se é Covid, Influenza A ou B. Ele não diz se é um caso de H3N2, por exemplo, mas diz qual é o vírus, pelo menos. Também tem o PCR. Há o PCR para Covid e o RT-PCR. Esse, é chamado de Painel Viral, no qual identifica todos os vírus que podem ter causado uma infecção”
explica Nakadomari.
Diante dos novos casos de Influenza, e do aumento de positivados pela Covid, médicos têm solicitado com maior frequência o teste de Painel Viral, chamado de RT-PCR. Neste, Nakadomari explica que é analisado se há a presença de partículas de diferentes vírus na bucosa nasal do paciente. Caso haja, o teste irá mostrar a genética de cada vírus encontrado.
“Tem vários tipos de vírus respiratórios, que causam sintomas gripais ou sintomas de resfriado, então, [o RT-PCR] pega um pedaço genético do vírus e identifica do qual se trata”,
diz a infectologista.
Questionada sobre a importância dos testes, Nakadomari comentou sobre o fato de ser um “sonho utópico”, querer identificar se a infecção se trata de uma Influenza, Covid, ou outra doença respiratória, apenas pelos sintomas.
Isso porque, a infectologista ressalta que com os novos casos de Ômicron, a nova variante do coronavírus, mostram que os sintomas podem ser facilmente confundidos por serem muito comuns: corisa, dor de cabeça e dor de garganta. Os sintomas não são mais atípicos como era a falta de paladar ou de olfato.
Para Nakadori, os exames são decisivos e precisos.