Vírus da Covid no esgoto de Curitiba aumenta seis vezes em menos de 40 dias

Publicado em 31 maio 2022, às 15h25.

A presença do vírus Sars-CoV-2, da Covid-19, aumentou em seis vezes nos esgotos de Curitiba entre 12 de abril e 20 de maio deste ano, ou seja, em menos de 40 dias, aponta boletim da Rede de Monitoramento Covid Esgotos, que na capital é de responsabilidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Conforme o monitoramento, já havia sido identificado forte aumento das cargas do vírus no esgoto entre 19 de abril e 3 de maio. No decorrer de maio, as cargas aumentaram ainda mais. De 3 a 20 de maio, o aumento foi de duas vezes a quantidade. Em 5 e 27 de maio, a rede emitiu alertas sobre a situação.

A pesquisa também indicado que os novos casos de Covid na capital tiveram aumento de cerca de três no período do monitoramento mais recente. Em geral, os boletins são divulgados quinzenalmente ou mensalmente.

Os dados da carga de Sars-CoV-2 em Curitiba são obtidos pela somas das cinco Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) monitoradas. Juntas, as estações atendem toda a população capital e uma parte da população da região metrotpolitana. As estações são as Atuba Sul, Belém, Padilha Sul, CIC Xisto e Santa Quitéria.

Vírus da Covid no esgoto de Curitiba aumenta seis vezes em menos de 40 dias

De acordo com a rede, os resultados das pesquisas de epidemiologia baseada nos esgotos apontam que tem sido ferramenta importante para o acompanhamento da pandemia de Covid. A quantificação viral no esgoto é capaz de antecipar em até duas semanas os casos clínicos divulgados.

Não há infecção pelo esgoto

O professor Ramiro Gonçalves Etchepare, do Departamento de Hidráulica e Saneamento da UFPR e um dos pesquisadores da Rede Monitoramento Covid Esgotos, reforça que não há evidências sobre a possibilidade de transmissão do Sars-CoV-2 por meio do esgoto.

“Não há relatos documentados de que o vírus tenha capacidade de infecção e replicação quando presente em resíduos fecais, esgoto sanitário e na água. Pesquisas indicam que nunca foi descrita infecção por Covid-19 por esses meios de exposição”,

afirmou.