A morte de um segundo homem com suspeita de intoxicação por dietilenoglicol encontrado na cerveja Belorizontina, da fábrica mineira Backer, foi confirmada pela Polícia Civil nesta quarta-feira (15).

A vítima, que não teve a identidade divulgada, estava internada em um hospital particular em Belo Horizonte, em Minas Gerais. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) para necropsia.

Mortes 

Segundo a Polícia Civil, esta é a segunda morte possivelmente provocada pela chamada síndrome nefroneural, que causa insuficiência renal aguda e alterações neurológicas. O primeiro óbito confirmado foi o de Pascoal Demartini Filho, de 55 anos, então morador de Juiz de Fora, a 280 km de BH, no dia 7 de janeiro. 

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Pascoal Demartini Filho, de 55 anos, morreu no dia 7 de janeiro. (Foto: Reprodução/Record TV Minas)

Uma terceira morte ainda não foi confirmada e seria uma idosa de 60 anos de Pompéu, na Região Central de Minas Gerais. A prefeitura do município notificou a Secretaria de Estado de Saúde (Ses) sobre a possível morte por contaminação

Todos foram diagnosticados com problemas neurológicos e insuficiência renal grave.

17 casos de intoxicação 

O balanço mais recente da Secretaria de Estado de Saúde, divulgado nesta terça-feira (14) apontava 17 casos suspeitos de intoxicação, sendo 16 homens e uma mulher. Os diagnósticos são para 12 moradores de Belo Horizonte; os restantes são de Ubá, Viçosa, São Lourenço, Nova Lima e São João Del Rei.

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A mesma cerveja é vendido com os rótulos de Belorizontina e Capixaba. (Foto: Reprodução/Instagram Cervejaria Backer)

Conforme o Governo Estadual, quatro deles já tiveram diagnóstico positivo para dietilenoglicol: uma substância tóxica que foi encontrada em três lotes da cerveja Belorizontina e em um tanque da fábrica que produz a bebida. O resultado dos exames dos outros 13 pacientes ainda não saíram. 

Investigação sobre a cerveja

A investigação que apura as mortes e os casos de intoxicação é feita por uma força-tarefa, eles tentam descobrir a relação dietilenoglicol com a síndrome nefroneural. 

A fábrica da Backer foi interditada pelo Ministério da Agricultura e todas as cervejas e chopes produzidos pela companhia desde outubro passado foram recolhidas

A diretora da cervejaria Paula Lebbos informou, nesta terça-feira (14), que a empresa está cooperando com a apuração dos casos e pediu para que os clientes não bebam os produtos do rótulo Belohorizontina. A mesma cerveja é vendida com o nome ‘Capixaba’ no Espírito Santo. Ela também ressaltou que a Backer nunca comprou a substância química dietilenoglicol

“O que estou pedindo é que não bebam a [cerveja] Belorizontina, qualquer que seja o lote. Eu não sei o que está acontecendo”, declarou Lebbos. 

Assista à entrevista concedida pela diretora:

*Com informações do R7 e Estadão Conteúdo