Em 2013 a capital paranaense registrou 226 mortes no trânsito. O número é 14% menor que o registro de 2012, quando 263 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito, mas nada para se comemorar, já que a maioria destas mortes poderiam ser evitadas.

Os dados são do projeto Vida no Trânsito, que divulgou nesta semana a análise dos acidentes com vítimas fatais no período. O projeto é uma ação intersetorial coordenada em Curitiba pelas secretarias municipais de Saúde e de Trânsito.

De acordo com os números, as principais causas das mortes foram: desrespeito à sinalização, com 58 vítimas fatais; excesso de velocidade, com 56 mortes e mistura de álcool e direção, que matou 45 pessoas. Ou seja, dos 226 óbitos, pelo menos 159 poderiam ter sido evitadas se os motoristas não ultrapassassem sinais vermelhos e preferenciais, não abusassem da velocidade e optassem por um táxi ou uma carona depois de ingerir bebidas alcoólicas.

A conduta de risco que mais contribuiu para os acidentes fatais foi o desrespeito à sinalização. Em cerca de 30% desses acidentes foi observado avanço de sinal ou de preferencial, ultrapassagem ou conversão proibida ou desrespeito a faixa de pedestre.

“O perfil epidemiológico da população de Curitiba mudou por causa da violência que têm vitimado principalmente jovens, inclusive no trânsito. Muitos acidentes poderiam ser evitados com o respeito às leis e conscientização da população”, disse o secretário municipal da Saúde, Adriano Massuda. “Infelizmente os dados sobre a ingestão de álcool e direção ainda são subnotificados, já que são poucas as fontes de informação sobre esta conduta de risco”, explica a coordenadora de Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, da Secretaria Municipal da Saúde, Vera Lídia Alves de Oliveira.

Uma queda positiva na análise do projeto foi no número de óbitos por atropelamentos, que passou de 108, em 2012, para 86 no ano passado, – 20,37% a menos. De acordo com a secretária municipal de Trânsito, Luiza Simonelli, a Setran desenvolveu ações que ajudaram a melhorar o índice. “O aumento no tempo de semáforos para travessia de pedestre, beneficiou principalmente os idosos”, destacou. Os idosos, aliás, continuam sendo um dos principais grupos afetados. Em 2013, 16 pessoas com 70 anos ou mais morreram vítimas de atropelamentos.

O projeto Vida no Trânsito conta com a participação do BPTran, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto de Criminalística, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma de Emergência (Siate).