Imagem do acidente provocado por Carli Filho em 2009 (Foto: Facebook/Chistiane Yared)

Tragédia ocorrida em 2009 matou dois jovens de 20 e 26 anos

Nesta quinta-feira (12), feriado nacional, acontece uma nova perícia e reconstituição do acidetente envolvendo o ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, que tirou a vida de dois jovens em maio de 2009 em Curitiba.
A nova analise foi solicitada pela defesa do ex-deputado e não está relacionada ao processo criminal, que encontra-se parado no Supremo Triunal Federal. De acordo com os advogados da deputada federal Christiane Yared (PR), mãe de uma das vítimas do acidente, a perícia foi solicitada dentro de um processo que corre na esfera cível.

Yared usou suas redes sociais nesta quinta-feira para criticar o que ela chamou de “manobra”. “De forma sorrateira, determinaram que a reconstituição seja feita neste dia 12 de outubro, em pleno feriado nacional, e nos comunicaram apenas na véspera do momento. Um completo absurdo. O que pode estar por trás dessa manobra?”, questionou a deputada.

A reconstituição acontece às 15 horas, no mesmo local do acidente, na Rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, esquina com a Rua Paulo Gorski, no bairro Mossunguê.

A deputada também criticou o local da reconstituição. “A tragédia não aconteceu no cruzamento, meu filho já havia convertido a esquerda e foi atingido pelo Passat do então deputado estadual. (O carro) caiu em cima! Não colidiu na lateral”, lembrou ela.

Carli Filho não estará presente e a defesa do ex-deputado disse que não vai comentar o caso porque o processo tramita sob segredo de justiça.

Entenda

Na madrugada de 7 de maio de 2009, Gilmar de Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, que tinham 26 e 20 anos, respectivamente, morreram em um gravíssimo acidente de trânsito em Curitiba. O então deputado Carli Filho dirigia o carro que provocou o acidente.

O parlamentar ficou gravemente ferido e exame realizado no hospital onde ele foi atendido apontou 7,8 decigramas de álcool por litro de sangue. No entanto, a Justiça desconsiderou o laudo como prova porque Carli Filho estava inconsciente no momento em que o teste foi realizado.

Em 2014, a 1.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) entendeu que o ex-deputado assumiu o risco de matar ao dirigir em alta velocidade e depois de consumir bebida alcoólica, e mandou o caso para o júri popular.

O julgamento por duplo homicídio doloso qualificado deveria ter acontececido em janeiro deste ano. Mas uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski suspendeu o juri.

Em maio do ano passado, Carli Filho divulgou um vídeo pedindo perdão às mães dos jovens mortos. Em resposta, a deputada Chistiane Yared afirmou que o ex-deputado estava “sete anos atrasado para o enterro” do seu filho e que não sentiu sinceridade no pedido de perdão.