Acidentes ocorridos em 2014 custaram R$ 12,3 bilhões para a sociedade
Durante o ano de 2014, 23 pessoas morreram e 71 ficaram feridas por dia em acidentes em estradas federais brasileiras. Os dados são de um relatório do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta quarta-feira (23), em Brasília, O estudo tem como base dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo o relatório, as mortes e os cuidados com os feridos acarretam impacto sobre o orçamento público e também sobre a renda das famílias das vítimas.
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De acordo com a pesquisa, em 2014 um total de 8.227 pessoas perderam a vida em 169.163 acidentes nas rodovias federais fiscalizadas pela PRF. Em 37% dos casos, ou em 100 mil acidentes, houve feridos – 26 mil destes com severidade, ou seja, com lesões que podem comprometer a vida das pessoas no trabalho e em casa. Os dados estão no relatório intitulado Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras.
Desde o primeiro levantamento realizado em 2004, houve um aumento de 50,3% no número de acidentes em rodovias federais. O número de mortes subiu cerca de 34,5% e de feridos, aumentou em cerca de 50%. No entanto, é importante considerar que a frota de veículos no País aumentou 121% nos últimos dez anos. Isso indica que, em relação à quantidade de automóveis, o índice de mortes nas estradas diminuiu. Houve redução de 40% das mortes em cada mil veículos no período. Já os feridos diminuíram cerca de 30% nesta proporção.
A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS), estabelecida em 2010, é reduzir em 50% o volume de mortes em acidentes de trânsito em todo o planeta até 2020. Faltando apenas seis anos para o fim do prazo, ainda é preciso diminuir esse número em 48% – para se chegar a, no máximo, 4,3 mil mortes por ano.
Acidentes com motos são os que mais matam
Os carros estão envolvidos na maioria dos acidentes, porém, os acidentes envolvendo motocicletas são proporcionalmente os mais letais, respondendo por cerca de 18,3% dos acidentes, 30% das mortes e 40,6% de todas as lesões graves.
Colisões frontais e atropelamentos são categorias de acidentes que apresentam baixa ocorrência (6,5% do total de acidentes), mas respondem por quase metade das mortes nas rodovias federais. Desatenção dos motoristas, ingestão de bebidas alcoólicas e desrespeito às regras de trânsito são as causas mais frequentes dos acidentes fatais.
O Ipea indica a necessidade de políticas públicas que tenham por objetivo a reduzir tanto a quantidade, quanto a gravidade, dos acidentes. Políticas de fiscalização e controle da velocidade, verificação das condições dos veículos e campanhas educativas aos motoristas e pedestres são as mais urgentes. O instituto ainda aponta que o poder público precisa melhorar as condições das estradas com o intuito de evitar acidentes.
Acidentes nas rodovias federais em 2014 custaram mais de R$ 12 bilhões aos cofres públicos
Os cerca de 170 mil acidentes ocorridos nas rodovias federais em 2014 custaram R$ 12,3 bilhões para a sociedade. Desse total, 64,7% estão associados às vítimas, como cuidados com a saúde e perda de produção por causa de lesões ou morte; e 34,7% estão associados aos veículos, como danos materiais e perda de cargas, além dos procedimentos de remoção dos automóveis acidentados.
Cada acidente custo em média à sociedade brasileira R$ 72.705,31. Um acidente envolvendo vítima fatal, teve um custo médio de R$ 646.762,94. Os acidentes com morte responderam por menos de 5% do total de ocorrências, mas correspondem a 35% dos custos totais em 2014.